Livro escrito depois do " O Médio Oriente e o Ocidente - O que correu mal " ( da "Gradiva" ) mas na sequência imediata, já que enquanto este estava em revisão de provas aquando do 11 de Setembro de 2001, " A Crise do Islão " teve como núcleo um artigo publicado no "The New Yorker" em Novembro de 2001. Foi actualizado e publicado, em inglês, em 2003. Recomendo-o.
Cito uma passagem ( pág. 129 ) a propósito do terrorismo .
" O século XX trouxe um ressurgimento dessas acções ( o das acções tipo terroristas de uma seita do século XIII, a dos Assassinos ) no Médio Oriente, embora de tipos diferentes e com objectivos diferentes, e o terrorismo passou por diversas fases. Durante os últimos anos do Império Britânico, os Ingleses enfrentaram movimentos terroristas nas suas possessões no Médio Oriente, os quais representavam três culturas diferentes : gregos em Chipre, judeus na Palestina e árabes em Aden. Os três agiam mais por motivos nacionalistas do que religiosos. Apesar de muito diferentes nos antecedentes e circunstâncias políticas, eram os três bastante semelhantes nas suas táticas. O seu objectivo era persuadir a potência imperial de que permanecer na região não compensava o que isso lhe custava em sangue. O seu método era atacar pessoal e instalações militares e, em menor proporção, pessoal e instalações administrativas. Cada um dos três actuava apenas dentro do seu território e geralmente evitava provocar danos indirectos. Os três foram bem sucedidos nos seus esforços.
Para os terroristas modernos, o massacre de civis inocentes e não implicados não é «danos indirectos». É o objectivo principal. Inevitavelmente, a retaliação contra os terroristas - que, evidentemente, não usam uniformes - também tem civis como alvo. A confusão de definições que daí resulta é imensamente útil aos terroristas e aos seus simpatizantes.
Graças ao rápido desenvolvimento dos média, e em especial da televisão, as mais recentes formas de terrorismo não são dirigidas a objectivos específicos e limitados, mas à opinião mundial. O seu propósito fundamental não é derrotar ou sequer enfraquecer militarmente o inimigo, mas obter publicidade e inspirar medo - uma vitória psicológica."
Recordo que em 2001 ainda não tinha começado a actual situação de ataque a Israel ! Mas parece-me claro que o medo se está a instalar na Europa.
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