O BANIF e o jornalismo de merda

Depois dos acontecimentos de ontem relativos ao BANIF estava à espera:

- que os telejornais entrevistassem Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas e o Exmo. Sr. Governador do Banco de Portugal, mas não, foi quase notícia de rodapé e entretiveram-se com fait divers (na TVI até ouviram, sobre o tema, candidatos presidenciais e o inarrável César das Neves, ao que chegámos!);

- que os opinadores económicos (por ex: os "geniais" José Gomes Ferreira, António Costa e quejandos) saíssem da toca, mas qual quê!!!

Assim anda o nosso jornalismo.

Cavaco, "O Sem Vergonha"

Vai para 4 semanas Cavaco chama a Belém o rapazola do seu partido, o Pedro, e indigita-o 1º ministro sabendo que o Pedro, mesmo com a ajuda do outro rapazola (o Paulo), não tinha nem maioria parlamentar nem condições para aprovar o orçamento para 2016 quanto mais os orçamentos seguintes.

Que eu me lembre Cavaco não impôs condições nenhumas ao tal rapazola, nem lhe manifestou qualquer dúvida.

Deve ter-lhe dito: "Vai Pedro, tem fé em Nossa Senhora de Fátima e tenta dividir a bancada do PS."

Hoje exige ao PS, que tem acordos assinados com o PCP, BE e PEV e ainda um programa de governo elaborado, que responda a 6 condições e/ou dúvidas.

Tenha vergonha na cara Sr. Aníbal Cavaco Silva.

Eu, Eu, Eu, Eu....e ainda Eu

Diz o Eu: "Eu estive cinco meses em gestão."

Ó mEu, tu não estiveste 5 meses em gestão, o governo e o país é que estiveram.

E a comparação com a actual situação é despropositada.

Mas como Aníbal Cavaco Silva (o "Eu") só pensa nele continua a arrastar a situação de uma forma inaceitável.

Não pelos argumento dos outros mas pelos argumentos do próprio. Lembram-se: "Eu tenho todos os cenários estudados.";  "A palavra agora é do parlamento"; "Os partidos têm que se entender."; "Há que ter estabilidade."...and so on, and so on.

Um Presidente que não pensa nos cidadãos e nas instituições é um Eusinho.

Um Presidente (??) que só pensa nele

E as eleições legislativas já foram há 38 dias.

Antes das ditas o Sr. Presidente (??) Aníbal Cavaco Silva dizia que tinha estudado todas as alternativas.

Afinal parece que não.

Numa 1ª fase pede a Pedro Passos Coelho para ver se consegue formar governo. Os dias foram-se passando. Depois ouviu os partidos e mais ninguém. De seguida indigita Pedro Passos Coelho para formar um governo que na altura já se sabia que ia cair, mas tudo bem, a democracia também tem os seus formalismos e foi pedagógico ver o governo do Pedro e do Paulo cair na Assembleia da República com todos os votos contra dos não PáF.

Agora parece que Sua Exa. o Presidente (??)  vai ouvir não só os partidos mas tudo o que mexe ao de cima da terra (até o Sr. Travassos, dono da pastelaria da vila onde bebo o meu café matinal (+ a Água das Pedras), me disse que tinha sido convocado) e os dias vão passando.

Para quem disse que tinha estudado todas as alternativas e que a última palavra cabia ao parlamento, não está mal!

Será que o Sr. Presidente (??) não tem o sentido das prioridades e da urgência?

Parece que não.

Será que o Presidente (??) não percebe que quanto mais tarde der posse a um governo pior estará a situação e que defrauda a expectativa de milhões de cidadãos que aguardam com esperança a inversão de um ciclo de empobrecimento? 

Parece que não.

Parece que quer, como sempre, ficar bem na fotografia para mais tarde dizer: "Eu não vos tinha dito?"

Temos um Presidente (teremos?) que só pensa nele (e nos dele). Uma tristeza.

Governo de esquerda??!! Estou tranquilo:

hoje fui almoçar à Versailles, em Lisboa, e o Dr. Medina Carreira também lá estava, ou seja não emigrou perante a "ameaça" do novo governo de esquerda.

Breaking news: nova onda de exilados políticos!

Ainda não temos governo.

Mas pelo que vou lendo no facebuque já há uns  direitolas que dizem que vão emigrar caso o governo seja apoiado pela esquerda parlamentar.

Eu aconselhava-os a pedirem asilo político, de preferência na embaixada da República Popular da China, que não comeu ao pequeno almoço o Pedro e o Paulo, antes pelo contrário com quem fizeram uns negócios da China (passe o pleonasmo).

Agora sou eu a dizer: estes direitolas saíram-me cá uns piegas!

Como alternativa à embaixada da República Popular da China têm a de Angola (o Pedro e o Paulo, com a ajuda do Miguel Relvas, são capazes de vos arranjar lá uns empregos).

O centrão (somos todos contra, quando convém)

O dito centrão (vulgo bloco central) é o pai de todos os males da nação.

A acreditar na maioria dos fazedores de opinião e restantes idiotas úteis que o repetem à exaustão há que anos.

As eleições de 4 de Outubro de 2015 criaram um cenário político-social e parlamentar que pode colocar em causa este mesmo centrão.

E então não é que esses mesmos fazedores de opinião (e idiotas úteis) querem que se mantenha o centrão.

Afinal em que ficamos: mantemos os males que nos afectam ou tentamos extirpá-los?

A direita e o PCP: tem dias

As tias e os direitolas acham o Jerónimo de Sousa um velhinho todo simpático.

Ouço, há anos, os direitolas (partidários e fazedores de opinião) elogiarem o sentido de responsabilidade do PCP e  o seu trabalho autárquico, que dizem ser  do melhor que há.

E por falar em autarquias, não é em Loures que o PSD está aliado ao PCP?

Na campanha eleitoral de 2015 até consta que o PSD teve o cuidado de informar o PCP que o BE andava a "roubar-lhe" votos.

And last but not least, na legislatura de 2009 o PSD e o CDS, na procura incansável de uma governação estável, votaram quase sempre ao lado do PCP para, em 2011, se coligarem e deitarem abaixo o governo do PS.

Mas agora, em 2015, o PS não pode falar nem reunir com o PCP.

É preciso lata!

O jornalismo das dádivas

A direita (PSD + CDS) está em minoria na Assembleia da República.

O seu Presidente (da Assembleia da República) é eleito pelos deputados.

Face à actual composição do parlamento é natural que o Presidente não seja de direita.

Agora leiam como o Económico "dá" a notícia:"Coligação disponível para dar a presidência do Parlamento ao PS"

Como diria o outro: "I beg your pardon" a coligação vai dar???!!!

Ainda existe jornalismo isento em Portugal?

Ou será que só existe um jornalismo de dádivas?

Volkswagen ou como o crime compensa

O Sr.Martin Winterkorn era o presidente da Volkswagen até 4ª feira passada, dia 22 de Setembro de 2015.

Foi presidente e nada sabia das falcatruas da empresa devido às quais perdeu, em bolsa, quase 30 milhões de euros.

Em 2014 este senhor recebeu remunerações avaliadas em 16,6 milhões de euros e agora prepara-se para ter uma reforma dourada de 28,6 milhões de euros, bem como vários milhões de indemnização.

Não está mal...para ele!

E depois são estes senhores que não perdoam à cabeleireira que passou a lua de mel, há 20 anos, em Cancum. Vivia, a cabeleireira, acima das suas possibilidades diziam eles, enquanto enchiam os bolsos à conta de falcatruas cometidas pelas empresas que dirigem de forma exemplar merdosa.

O ministro Pires de Lima foi promovido a

porta-voz da Autoeuropa !!??

Mas porque raio um ministro se presta a este papel?

Será por ser amigo dos accionistas da Autoeuopa? Por aspirar, um dia, a ser CEO da Autoeuropa?

O seu papel não seria o de fazer com que os departamentos públicos responsáveis pela inspecção e verificação das viaturas actuassem?

Ah! Já me esqueci, esses departamentos já devem ter sido extintos.

Assim andamos!

VOLKSSHIT

Que o capitalismo financeiro é "criativo" (leia-se: gosta que os ditos capitalistas e executivos encham os bolsos enganando clientes e pequenos accionistas) e não gosta de reguladores já sabemos.

Pelos vistos agora (será só de agora?) descobre-se que os chamados capitães da indústria também não resistem em nos aldrabar.

Não deixa de ser curioso que sejam capitalistas alemães, os mesmos que dizem que os europeus do sul são porcos, feios e maus, mas a quem não resistem vender submarinos e afins.

Logo apoiados por governos ditos neo-liberais (onde está incluído o do Pedro e do Paulo) que perseguem o comum cidadão ao mesmo tempo que desarticulam a administração pública impedindo-a, assim, de exercer as funções que um estado moderno deve exercer, nomeadamente as de regulação e fiscalização.

Mas para isso há que pagar bem aos funcionários públicos e ter uma política de serviço público que não seja um mero arrazoado de banalidades como a famosa reforma do estado do irrevogável Paulo Portas.

E pelos vistos em Bruxelas quem manda é Berlim.

Assim andamos nós.

Pedro para além da troika Coelho e além disso mentiroso

Então não é que o Pedro enviou uma carta, em 31 de Março de 2011, ao então 1º ministro José Sócrates.

Na carta pedia que viesse a troika.

Depois a troika até veio e o memorando teve grandes contributos do PSD através do Dr. Eduardo Catroga Pintelho, devidamente mandatado pelo chefe, o Pedro Passos Coelho.

Até aqui qual é o problema perguntar-me-ão, e eu responderei: nenhum.

O problema surge é na campanha eleitoral de Junho de 2011, quando o nosso Pedro tendo desejado a troika e tendo contribuído para o memorando, faz uma campanha a dizer que não aumentava impostos, não cortava o 13º e 14º meses, não cortava salários, etc, etc, sabendo que teria de governar com o memorando para o qual contribuiu com grande prazer,

Haverá mentiroso maior que este, espelho meu?

Não, disse o espelho e acrescento eu: o Pedro continua a mentir.

Que tal dar-lhe um pontapé no dia 4 de Outubro de 2015?

Pós debate: as escolhas da UBER e dos taxistas

A UBER escolheu como funcionário do mês: Miguel Relvas, que reapareceu como comentador taxista na TVI24.

Os taxistas escolheram como taxista do mês: Henrique Monteiro o comentador profissional da SIC Notícias.

A Uber está a matar o taxista que há em cada um de nós

Já dizia o outro (ou será a sabedoria popular?): "De taxista e de louco, todos temos um pouco". Pois, estou a inventar. Estarei? Mas não haverá um taxista desconhecido dentro de cada um de nós? Basta assistir às opiniões e/ou discussões de café (dirão vocês: às opiniões dos taxistas). Se os supermercados estão abertos ao fim de semana, é injusto para o comércio local. Porcos capitalistas. Se a ASAE faz com que se cumpra a lei, é para acabar com as Bolas de Berlim na praia (um mito urbano) e o pequeno comércio. Se passamos à corrupção o que distingue a maioria dos comentadores de um motorista de táxi? Mas com a UBER tudo fia mais fino, quase todos acham muito bem, mesmo que a concorrência seja desleal (ou ainda não esteja regulamentada), e que ponha em causa um negócio tradicional, até se dão conselhos aos taxistas sobre higiene pessoal, o que até acho bem, mas fosse a ASAE a exigi-lo (como fez nos restaurantes) e já somos contra. Não será Portugal um enorme táxi, onde todos querem ser motoristas? 

Façamos um teste, da próxima vez que estiver a ver um programa televisivo de debate e/ou comentário político e/ou desportivo:

- vire o ecrã para a parede;

- coloque uma cadeira ao lado do aparelho e 3 cadeiras atrás do aparelho;

- sente-se e à sua família nas cadeiras;

- e ouça, ouça só.

O que distinguirá um Camilo Lourenço, um José Gomes Ferreira, um João César das Neves, uma Filomena Mónica, um Medina Carreira, um Manuel Serrão, um Bruno de Carvalho, um Jorge Jesus, um Marinho Pinto, um Rui Gomes da Silva, um Eduardo Barroso um José Lello, um Alberto João Jardim, um Paulo Portas, uma Joana Amaral Dias, um Marques Mendes e por aí fora, de um mero taxista? Para já não falar daqueles comentadores (??!!) que vão aos programas da manhã e da tarde mandar bocas sobre tudo e nada. Pouco direi eu.

Eu até sugiro à UBER que crie um novo serviço: o de comentadores televisivos. 

Que funcionaria mais ou menos assim: o pessoal (incluindo os taxistas) inscrevia-se na aplicação, indicando a área para a qual tem mais vocação (desporto, política, cultura, etc) e os directores das cadeias de televisão na véspera do programa ir para o ar contratavam o que estivesse disponível e fizesse o melhor preço.

Afinal o que é que eu sou menos que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa?

Estou certo que seria um sucesso (vou já registar a ideia!).

E não é que só se fala do Partido Socialista?!

Um gajo liga a televisão e:

- se "cai" num telejornal lá se vêem os resumos de entrevistas dos líderes partidários (que não do PS) a falarem, imaginem, do PS; até fiquei a saber que o Jerónimo de Sousa pensa (??) que António Costa é de esquerda mas o PS só faz, quando no governo, políticas de direita;

- se "cai" num debate de dois líderes partidários (tipo Catarina Martins vs Jerónimo de Sousa) lá os ouço a falarem não da coligação de direita, mas do PS;

- se "cai" numa entrevista a Paulo Portas (como ontem na TVI), lá ouvimos o pantomineiro a falar não das propostas do coligação (será que as têm?) mas a falar das do PS; neste caso também verifiquei, mais uma vez, que os jornalistas são incapazes de fazer com que o entrevistado responda às perguntas, o estilo é mais ou menos este: o jornalista faz uma pergunta e Paulo Portas fala do que lhe apetece, durante o tempo que quer, e se o jornalista volta à carga, o Paulinho manda-o calar dizendo que ainda está a falar e o jornalista cala-se (que merda de jornalismo);

- se "cai" num programa de debate, tipo "Quadratura do Círculo", lá temos o Pacheco Pereira a tentar falar da coligação mas com o pé sempre a escorregar para que o "PS é o mesmo que o PSD" e o António Lobo Xavier a dizer que não é do governo mas a passar o tempo a elogiá-lo.

Parece, pois, que a única força política que tem um programa é o Partido Socialista, os outros entretém-se a malhar.

É por isso que o Partido Socialista vai ganhar as eleições.

As chinezisses (traduzindo: as mentiras) da ministra Maria Luís

Primeiro: o governo (??) não se metia na venda do No Banco.

Mas afinal parece que se mete.

E a ministra descansou-me:

"Não me vai chamar para eu cobrir o prejuízo da venda do Novo Banco."

Muito obrigado Sra. Ministra, poupa-me uma deslocação mas sei que me vai tirar o dinheiro na mesma.

Francamente Sra. Ministra: mentir é feio, chamar estúpidos aos seus concidadãos é ainda mais feio.

Jornalismo de merda

Ontem o Dr. Paulo Portas, "Um homem com dois fatos", resolveu dar uma conferência de imprensa.

As televisões passaram extractos, que vi.

Sempre pensei que, tratando-se de uma conferência de imprensa, houvesse perguntas dos jornalistas.

Se calhar até houve, mas não as vi e/ou ouvi, ou antes as televisões não as passaram.

Um dos temas que o Dr. Paulo Portas abordou foi o das estimativas de criação de emprego, apresentadas pelo PS no mesmo dia.

Sobre isso, com aquele seu ar pesporrente, disse: "não são os governos que criam empregos".

Sendo uma conferência de imprensa sempre esperei que nessa altura pelo menos um jornalista lhe tivesse perguntado:

"Mas o senhor não o leu o PEC que o governo enviou, em Abril, para a Comissão Europeia? É que nele o senhor promete criar 193 mil empregos!"

Mas não! Nada, nem uma só pergunta sobre isso.

O jornalismo, em Portugal, está a atingir níveis de indigência nunca vistos.

Não, não estou a falar dos artigos de opinião, nesses cada um dá a sua opinião, que podem não ser as minhas, mas que poderei rebater se estiver em desacordo.

Estou a falar de coisa mais comezinhas, como factos/notícias, que diariamente passam nos jornais, rádios e televisões, e que, na maioria da vezes, não proporcionam ao cidadão os dados todos ou são mesmo emitidas com a opinião do jornalista pelo meio, muitas vezes na forma de graçolas de mau gosto.

Assim andamos!

Presidenciais: quantidade = a mais qualidade?

Queira-se ou não se queira o tema das presidenciais está na berlinda.

À direita o calculismo e a disciplina dominam, daí ainda não haver nenhum candidato formalizado.

À esquerda (toda a esquerda) já tínhamos Henrique Neto e Sampaio da Nóvoa, ontem ficámos a saber que Maria de Belém avança e que o PCP mantém a tradição de ter um candidato (a anunciar depois de dia 4 de Outubro) para ir a todas e assim marcar terreno.

As tão famosas primárias terão começado, na Europa, aquando das últimas presidenciais francesas, quando o PS francês optou por esse caminho (o resultado, François Hollande, não terá sido brilhante), mas o processo revelou-se dinâmico e abriu o partido à sociedade.

Em Portugal umas primárias no PS (ou no PSD) para escolher um candidato presidencial nunca foi assumida abertamente, possivelmente quer por motivos dos poderes presidenciais, quer por, até hoje, os candidatos se terem apresentado como se de uma decisão pessoal se tratasse na tentativa de não ficarem condicionados partidariamente e assim reclamarem alguma independência.

Por isso seria de esperar que a apresentação de várias candidaturas, até agora só à esquerda, fosse um factor dinâmico e mobilizador do eleitorado, que teria a possibilidade, face ao sistema da eventual 2ª volta, de encarar a 1ª volta como umas primárias.

Engano meu.

A crispação quer, primeiro, com a candidatura de Sampaio da Nóvoa, quer agora com a de Maria de Belém, mostra que ambas são candidaturas territoriais e sem grande conteúdo.

Essa é a principal razão  porque, de momento, nenhuma das candidaturas me entusiasma (voltarei a votar branco?!) e não o facto de terem aparecido "fora de tempo", leia-se em período de campanha para as legislativas. Tivessem conteúdo e fossem mobilizadoras e até "ajudariam" os partidos e os eleitores da área que representam ou que tentam representar.

Como nota final recordo que na 1ª vitória de Mário Soares, em 1986, à esquerda havia Maria de Lurdes Pintassilgo, Salgado Zenha e Ângelo Veloso (que na 1ª volta desistiu a favor de Salgado Zenha). 

O resto da história já é conhecido: Mário Soares, que nas primeiras sondagens partiu com 7% (!!), ganhou e o PCP até comeu sapos, mas Mário Soares é Mário Soares.

Só quando chega a nossa vez é que protestamos

Quando toca aos outros pouco nos importamos.

Quando se tratou de cortar salários e pensões, os direitolas apoiaram com ar assanhado..

 Era necessário punir a cabeleireira que, há 20 anos, foi passar a lua de mel a Cancum, ou o reformado que até tinha um Peugeot 307. Viviam acima das suas possibilidades, diziam os direitolas e aplaudiram o governo (?).

Quando se tratou de aumentar impostos, já miaram um bocado, mas disfarçaram.

Quando lhes chegaram ao bolso é que é pior. Agora é ver:

- o jornalista candidato a cómico João Miguel Tavares protestar, coitadinho!

- e o jornal oficial da direita radical  vir falar em "ditadura fiscal", coitadinhos!

E depois ainda são capazes de nos encher os ouvidos com as vantagens do liberalismo, de que este governo (?) será um representante.

Pobre liberalismo, para estes direitolas o liberalismo resume-se a apoiar as privatização de tudo o que é Estado (saúde, educação, justiça, e até chegará a vez das Forças Armadas, é só dar tempo ao tempo), privatizações que curiosamente são feitas com dinheiro dos contribuintes (ver o que se está a passar no ensino) e calar tudo o que diz respeito aos direito e liberdades dos cidadãos.

Ainda sou do tempo em que muitos deles urravam contra o Cartão do Cidadão (criado pelos malditos socialistas) ou contra a ASAE (agora uma unidade modelo, na perspectiva dos ditos direitolas).

Para mim o que me faz impressão não é haver quem defenda posições diferentes das minhas, mas o facto de estes cavalheiros serem especialistas no duplo critério, o que os anglo-saxões chamam  "double standard".

Eu diria que intelectualmente, são desonestos.