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28/07/15

Irmãos

Luanda, 16 de Junho de 1960, o Zé Luís (a caminho dos 10 anos), eu (com quase 7 anos) e o Pedro (com quase 5 anos).
Infelizmente o Zé Luís faleceu em 2004, em Genève, e já não pôde estar no jantar surpresa dos 60 anos do Pedro, a semana passada, em Paço de Arcos.
Filhos de coimbrões, mas Pai com costela beirã, tivemos uma educação frugal pautada pelo rigor do Pai, licenciado em matemática e pouco dado a religiões, e pela fé cristã da Mãe sempre jovial e presente.
Frugal mas aberta às novidades e ao progresso e o termos vivido em Luanda, de 1953 a 1964, ajudou.
Tentámos ajudar-nos uns aos outros, mas sempre parcos em demonstração de afectos (a costela beirã?).
A partida do Zé Luís para Genève, em 1975, reduziu os meus contactos (e do Pedro) com ele e infelizmente não pude estar presente nos últimos momentos da doença que acabou por o levar e muito ficou por lhe dizer, nomeadamente para lhe pedir desculpa de alguns juízos precipitados e injustos que fiz de algumas das suas atitudes e decisões.
Por tudo isso e muito mais gostei do jantar dos 60 anos do Pedro e nas suas palavras de agradecimento escritas, a posteriori (e ontem recebidas), fiquei a saber que "o ensinei muito na formulação da dúvida sistemática e na interrogação das coisas."
Obrigado Pedro.

20/02/15

Angola: blackout informativo?

Ontem, no telejornal das 13h da SIC, vi uma reportagem sobre uma manifestação do Sindicato da Construção Civil à frente da embaixada de Angola, em Lisboa.
O dirigente sindical denunciava:
- a situação preocupante de muitos trabalhadores portugueses em Angola, desde salários em atraso até às condições de vida;
- mas também a interferência de funcionários da embaixada na via pública contra a manifestação, perante a passividade da PSP...que pediu a identificação ao sindicalista mas não ao funcionário da embaixada que tentou obstruir os cartazes.
Curiosamente tal notícia não foi repetida à noite, o que não deixa de ser curioso, quando este mesmo canal (e todos os outros) nos bombardeiam com repetições de "notícias" dias a fio.
Hoje, percorro on line os principais jornais portugueses (generalistas e económicos) para tentar saber o que se passa em Angola, até porque entretanto constou que as transferências de divisas de Angola para o estrangeiro vão ser taxadas.
Nada. Só o "Expresso" se refere, sem destaque especial, a tal facto.
Há uns dias também li que as empresas portuguesas a operarem em Angola estavam a pedir dinheiro emprestado aos bancos, uma vez que não estavam a receber atempadamente dos clientes angolanos. Entretanto nunca mais se falou do assunto.
É impressão minha ou a crise do preço do petróleo está a preparar uma explosão retardada na economia angolana que ninguém quer ver e a comunicação social não quer falar?
Se não falo do silêncio das autoridades portuguesas é porque isso já não me surpreende, quem nasce sem espinha dorsal...
Iremos ter uma segunda onda de "retornados" 40 anos depois?


15/02/15

Leonard Bernstein: um mestre, para além da música


Não sei nada de música. A minha aprendizagem musical reduziu-se às aulas  de Canto Coral, no 1º ano do liceu no Salvador Correia de Sá, em Luanda, no já longínquo ano lectivo de 1963/64. Também dizem, quem me conhece, que não "tenho ouvido". Acredito. Mas não posso viver sem música. Hoje, olhando para trás, penso que devo isso, em grande parte, a este senhor: Leonard Bernstein.
E até penso saber porquê. Por causa deste filme.
Filme que na altura da sua estreia em Luanda (terá sido o filme da inauguração dessa "sala" de cinema única: o Miramar?) os meus pais foram ver. Eu ainda não tinha idade para o ver, vi-o mais tarde, já adolescente. Na sequência compraram o LP, que passou a ser de audição obrigatória naqueles modernos móveis rádio/pick-up, hoje peças de museu. Mais tarde, em Dublin (1991), vi a peça por um grupo irlandês (do qual já não me lembro o nome) e comprei o CD.
Já em Portugal, nos anos 60 do século XX, vi muitos dos "Concertos para a juventude", a preto e branco na RTP1 em casa dos vizinhos, que o orçamento familiar não dava para termos televisão (na versão dos progenitores).
Este ano, a 14 de Outubro, passam 25 anos sobre a morte de Leonard Bernstein e andando a "viajar" pelo YouTube, à procura de vídeos sobre o maestro,  dei com esta tentativa de  uma sua autobiografia "Teachers & Teaching". 
Mais uma vez fiquei fascinado por este personagem único.
Um mestre, para além da música.

22/01/15

Coimbra 1936: Quartanistas de Ciências, o Livro da Queima das Fitas


O livro era do meu pai, que faria este ano 100 anos. Os nomes são 52 a saber: Adalberto de Andrade, Agostinho Pereira Natário, Aires Pires Ferreira, Alberto Alves Leite, D. Amarílis Fernandes Godinho, Amaro José Fernandes Ceia, António Agnelo Teixeira Barbosa de Abreu, António Emílio Monteiro Pais (o meu pai), António Ferreira de Andrade, António Ferreira Gomes, António José Henriques Abrantes Frazão d'Aguiar, António José Lopes Navarro, António Pinheiro de Magalhães Júnior, Armando de Brito Subtil, Armindo Pereira Dias, Artur Marques de Figueiredo, Diogo Manoel Pachêco de Amorim, Duarte Vilar Corrêa de Figueiredo, Elmano Pinto Fernando Caleiro, Fausto Gonçalves Ventura, Fernando Gouveia de Morais, Branquinho, Firmino Ramalho, Honorato Alves Seabra, Jerónimo Albarran Grilo, João José Rodrigues, João Raposo, Joaquim Jacinto Lopes, Joaquim Tomaz Lopes Vicente, José de Campos Corôa, José Dias, José Joaquim Alves Monteiro, José Martins Viana, José Teles Limão, José Vasco Rodrigues Ramos, Júlio Correia de Figueiredo, Lucas Gomes da Costa Carvalho, Lúcio Pinto Cardoso, Manuel Deniz Jacinto, Manuel José Moreira, Manuel Nicolau d'Abreu Mascarenhas de Lemos, Mário Herculano Geraldes, Mário Ramos Pereira dos Santos, Raul Lopes Coelho Duarte, Renato de Sousa Paz, Rogério Afonso, Rogério Leão d'Almeida, Rui António Pimentel Coutinho de Alpoim, Sérgio Valentim Camacho, Victor dos Santos Almeida, D. Victória de Oliveira,.
Acabei por conhecer, na minha adolescência, relativamente bem o Honorato Alves Seabra, o Fernando Gouveia de Morais Branquinho e o Heliodoro Victorino Marini Bragança e o bem o Manuel Deniz Jacinto, grande amigo do meu pai.

16/06/14

Angola não foi apurada para o Mundial 2014 mas Isabel dos Santos foi

Aqui, neste jardim à beira mar plantado, a imprensa refere-se sempre respeitosamente (para não dizer subservientemente) à senhora como engenheira ou empresária.
Até acredito que o seja.
Mas, por acaso, também é filha do Presidente José Eduardo dos Santos, cuja fortuna foi conseguida à base do roubo do património do povo angolano.
Mas isso que importa, somos todos camaradas. Uns mais que outros.

04/05/14

25/02/14

Mário Coluna

Morreu hoje o grande capitão do Benfica dos anos 60 do século XX.
Quando o Benfica foi duas vezes Campeão Europeu, vivia em Luanda e era um miúdo de 8 anos. Ouvi na rádio as vitórias, mas foi como se as visse. Numa delas estava a ter uma explicação de matemática em casa da Berta Mano, professora e amiga dos meus pais.
Quando regressei a Portugal, em 1964, passei a ir aos estádios, ver principalmente a Associação Académica de Coimbra (clube do meu pai e tio). Não perdi, durante anos, jogo que se realizasse na região de Lisboa e Setúbal. Fui à Luz, a Alvalade, ao Restelo, à Tapadinha (do Atlético), ao Montijo, ao Alfredo da Silva (da CUF), ao Manuel de Melo (do Barreirense), ao Bonfim e ainda ao Jamor. E claro também ao velho Estádio do Calhabé, em Coimbra.
Já nos anos 1970 a 1972 , como sócio do Benfica, não perdi jogo nenhum no velho Estádio da Luz, já sem Mário Coluna.
E não há nada como os ídolos vistos ao vivo nos estádios ou ouvir, na rádio, os relatos.
Numa época em que os jogos nacionais eram ao domingo e os europeus às 4ª feiras e em que não havia as transmissões  televisivas que há hoje (em excesso) a deslocação aos estádios era uma festa. O meu pai e o meu tio Xico ainda compravam uma almofada, mas eu e os meus irmãos sentávamo-nos na pedra fria das bancadas e em dias de sol lá comprávamos um daqueles chapéus de cartão em forma de cone, com um cordel para o atarmos ao queixo. E de vez em quando havia um pacote de batatas fritas ou um dose de queijadas de Sintra.
À 2º feira lá comprávamos a "Bola" ( que saía às 2ª,5ª e sábados) e de vez em quando o "Mundo Desportivo" (já desaparecido).
Os casos dos jogo, se os houvesse, morriam no próprio jogo ou em discussões mais acaloradas, à volta de uma mejeca e de uns tremoços, lendo a opinião dos grandes Carlos Pinhão, Vítor Santos, e Aurélio Márcio.
Não tínhamos, como hoje, programas de televisão onde se discute até à náusea se foi ou não penalti ou fora de jogo, com o apoio de toda a tecnologia moderna.
E os ídolos da nossa adolescência são eternos. Foram eles que me fizeram gostar de futebol, mais do que de um clube, apesar de nessa época fazerem carreira praticamente num só clube, onde permaneciam 8 a 12 anos.
Da linha média e atacante desse grande Benfica que vi jogar ao vivo, já partiram:
José Torres (em 2010, com 71 anos), Jaime Graça (em 2012, com 70 anos), Eusébio ( em 2014, com 71 anos) e hoje foi a vez de MÁRIO COLUNA, o capitão.
Até sempre.

17/02/14

Quando havia Cine-Clubes

O meu 1º cartão de uma colectividade.

15/02/14

O 1º postal que terei recebido

A caminho dos 6 meses, antes de partir para Luanda (no Moçambique) com a minha Mãe (1915-1993) e o meu irmão Zé Luís (1950-2004).


09/01/14

Eusébio + aulas aos sábados + José Sócrates = quantos idiotas há neste país?

Eu vi jogar Eusébio ao vivo.
Eu vi, na televisão, o Portugal 5 - Coreia do Norte 3. Estava convencido que tinha sido num dia de semana, mas afinal foi a um sábado. Ai a memória! Foi em casa do Ernesto, dos poucos que tinha aparelho de televisão em S. Pedro do Estoril, e onde o pessoal se juntava, nesse ano de 1966, para ver os jogos todos.
Em 1966 já andava no Liceu (neste caso no Liceu Nacional de Oeiras). Em Julho já estava de férias, mas recordo ao mais jovens e aos idiotas de todas as idades que durante todo o meu ensino liceal (de 1963 a 1970: 1º em Luanda, no Salvador Correia de Sá e depois em Oeiras) tive aulas ao sábado.
Na Escola Primária já não me recordo. Mas nesses tempos até havia Exame da 4ª classe e Exames de Admissão ao Liceu (e/ou Escola Industrial). Eu fiz o da 4ª classe e o de Admissão ao Liceu, que por acaso foi 3 anos antes do já famoso 26 de Julho de 1966, ou seja a 26 de Julho de 1963, conforme documento abaixo:


O que nós descobrimos quando vamos aos arquivos!!
Mas não é preciso ir aos arquivos para descobrir a quantidade de idiotas que existem neste país.
Idiotas que, logo que José Sócrates abre a pouca, gastam um dos dois neurónios que ainda têm à procura das mentiras.
Idiotas que se calam quando outros mentem com os dentes todos, mas, agora, a esses não se chamam mentirosos, diz-se que têm lapsos ou que estavam distraídos....
Haja paciência.

16/12/13

Carta de Portugal Continental (Mapa Escolar)

Uma preciosidade.
Mapa numerado (Nº 43186) editado pelo próprio autor, o Inspector Escolar Augusto Ladeiro, baseado no IX Recenseamento Geral de 15.12.1950.
Mais tarde ( anos 60 do século XX?) passaria a ser editato pela Porto Editora.
Este, à semelhança do Mapa do post anterior, também veio de Luanda em 1964, mas não passou estes anos todos enrolado. Ainda esteve na parede de uma das "minhas" casas, de 1978 a 1985.

Carta de Portugal Insular e Ultramarino

Veio de Luanda em 1964, quando vim para Portugal.
 Por lá estava numa parede lá de casa, no nosso "escritório" (meu e dos meus irmãos) quando ainda jovens alunos da primária e do liceu. 
Por cá esteve, estes anos todos, enrolado e "viajou" de casa em casa, quando havia mudanças.
Autor: Gaspar de Almeida, desenhador do Ministério do Ultramar.
Editor: Manuel Pereira, Livraria Escolar Progredior, Porto.
Baseado no censo de 1950.

21/10/13

Será que Pedro Passos Coelho voltará a Luanda?

As relações com Angola estão tensas.
Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, desde o Panamá, informam-nos que estão a tratar do assunto e que tudo vai melhorar. Até parece que Cavaco Silva telefonou a José Eduardo dos Santos.
O comentador mor da nossa praça, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, também nos informou que as relações entre o Aníbal e o José Eduardo são óptimas, só faltou dizer que os gajos até se tratam por tu.
Estou mais descansado, se é o Prof. que o diz quem sou eu para o negar.
Mas de Luanda também nos informam que: 
E mais dizem: "que nesta situação não são aconselháveis cimeiras entre Portugal e Angola."
O regime de Angola é o que é, mas se temos relações diplomáticas com o mesmo convinha:
- não termos  um Vice-primeiro Ministro que sempre que abre a boca diz que "Portugal é um protectorado"; 
- não termos um Ministro dos Negócios Estrangeiros que parece mais o delegado comercial de gabinetes de advogados portugueses que têm interesses em Angola;
- não termos um Presidente da República que só pensa nele próprio e nos seus interesses.
Não falo do "nosso" 1º Ministro porque isso é coisa que não temos, vai para dois anos.
Vai uma aposta em como a cimeira prevista vai de carrinho?

28/05/13

O cachimbo do pai e os sapatos de salto alto da mãe

Fiquei a saber pelo Dr. Vilas Boas, no "Prós e Contra" de ontem na RTP1, que pai sem cachimbo não é pai, pois assim o filho não pode pegar no cachimbo e imitar o macho; e que mãe sem sapatos de salto alto também não é boa mãe já que a filha não terá a possibilidade de treinar a sua feminilidade em pequenina.

Por acaso o meu pai não fumava cachimbo, mas a minha mãe até calçava sapatos de salto alto quando eu era miúdo. Deve ter sido por causa disso que eu preferia calçar os sapatos da minha mãe e mascarar-me de menina.
Passados uns anos não é que sou pai de três meninas e avô de 3 outras e de mais um rapaz.

Ainda bem que o meu pai não fumava cachimbo.

03/07/12

A "empresária"

Alguém me explique porque é que a esta Senhora os jornalistas portugueses, e não só, chamam de empresária?

28/06/12

Perguntas

Enquanto criança e adolescente, fui de um tempo em que não se devia fazer perguntas.
Até parecia mal, diziam alguns.
Na escola, liceu e mesmo universidade fazer perguntas era sinal de ignorância, diziam muitos lentes e progenitores.
Mais tarde, e já a trabalhar, alguém me disse:
"Não há perguntas estúpidas, só respostas."
Passou a máxima cá em casa...até as minhas filhas a adoptaram!!
Hoje, vivemos um tempo em que quem nos governa (a nível local, nacional e europeu) parece não gostar que lhe façam perguntas.
Pois a mim apetece-me continuar a fazê-las.
Sinal de que estou vivo e ainda não senil.
Pena que as respostas, quando as há, sejam estúpidas...a maior parte das vezes.

10/05/12

Parker 21

Recebi a minha primeira (e única) Parker 21 quando terminei a 4ª classe.
Foi há 49 anos. Foi-me oferecida por aquele que seria depois o meu padrinho de crisma. O Albano "Careca" ou da "Cuca", coimbrão contemporâneo do meu pai e grande academista. Estávamos em 1963 e vivia em Luanda. Era preta e o meu nome estava gravado no corpo da caneta.
A caneta acompanhou-me durante os estudos liceais e universitários, mais tarde teve um acidente e partiu-se o corpo que envolvia o depósito. Ainda "roubei" uma a um dos meus irmãos, o Pedro, o corpo da dele era cinzento. Ficou sem jeito. Nunca mais tive carinho por ela. Está moribunda, algures numa caixa cá de casa.
Hoje ofereceram-me uma igual à que recebi há 49 anos, não tem o meu nome gravado mas foi como se voltasse a Luanda e revisse os meus pais e o Albano.

19/03/12

Encontra-me um angolano

poderia ser o título de uma canção.
Mas não é.
Mas está na moda.
Agora, quando um "negócio de sucesso" vai à falência fala-se logo em Angola.
Não deixa de ser curioso a capacidade dos bancos se meterem em negócios, neste caso  pelos vistos como sócios e credores, e deixarem as dívidas chegar a 14,5 milhões de euros.
E depois dão-nos lições de moral.
Poupem-nos.