E também recordar Primo Levi.
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27/01/16
27/01/15
Holocausto e Cultura
Em Dia Internacional da Lembrança do Holocausto recordo as palavras de Jonathan Littell, autor de "Les Bienveillantes" (leitura que recomendo), numa entrevista ao Ípsilon (suplemento do Público) no dia 28 de Dezembro de 2007:
"A cultura não nos protege de coisa nenhuma. Os nazis são a prova disso. Pode sentir-se profunda admiração por Beethoven ou Mozart e ler o "Fausto", de Goethe, e ser-se uma porcaria de ser humano. Não existe ligação directa entre a cultura com C maiúsculo e as opções políticas."
08/01/15
Paris; ainda o massacre de 7 de Janeiro de 2015
A condenação do massacre na sede do CHARLIE HEBDO é unânime.
Mas já há quem tente relativizar o facto de os assassinos serem islâmicos.
E a discussão sobre a bondade do islamismo volta à ordem do dia.
E a discussão centrar-se-á no domínio do religioso, que é o que querem os religiosos islâmicos que vêm a sua religião como um modelo e um projecto político que contrapõem aos modelos das sociedades democráticas ocidentais.
É um terreno em que perderemos sempre.
Quem o diz não sou eu, mas sim o poeta sírio Adonis nesta entrevista, que recomendo e que foi dada muito antes dos acontecimentos de ontem.
19/04/14
02/04/14
24/04/13
Um livro de contos de Primo Levi
21 contos, todos com nomes de elementos químicos, a profissão de Primo Levi.
Todos admiráveis.
Nas palavras do autor:
"...isto não é um tratado de Química" e
"não se trata sequer de uma autobiografia",
"é ou quereria ser, um micro-história, a história de um ofício e das suas derrotas, vitórias e infelicidades, que desejamos contar quando sentimos que está próxima a conclusão do círculo da nossa própria carreira e a arte já não é longa."
O 16º conto ("Azoto") começa assim:
"...E veio enfim o cliente desejado, aquele que pretendia de nós um parecer. O parecer é o trabalho ideal, aquele de onde se retira prestígio e dinheiro sem sujar as mãos nem partir a espinha, sem correr o risco de ficar torrado ou intoxicado. Basta apenas tirar o avental, pôr a gravata, ouvir atentamente e em silêncio o problema em questão para nos sentirmos como o oráculo de Delfos. Em seguida, deve pensar-se bem a resposta e formulá-la numa linguagem velada e esbatida par que o cliente por sua vez também nos reconheça como um oráculo digno da sua confiança e das tabelas estabelecidas pela Ordem dos Químicos."
26/06/12
15/04/12
30/10/11
09/03/11
21/02/11
Revoltas e silêncios
A Tunísia é um pequeno país do qual pouco sabemos e a chamada "Revolução dos Jasmins" desapareceu dos noticiários logo que a revolta começou no Egipto e durante 18 dias as televisões mostraram-nos 24 h sobre 24 h a praça Tahrir, no Cairo, onde os soldados estiveram ao lado do povo, ou pelo menos receberam ordens das chefias para não disparar.
Mas o ritmo das revoltas tem sido tal que já ninguém fala do Egipto. Agora não há câmaras de televisão que cheguem para nos mostrar o que se passa no Irão, no Iemen, no Bahrein, na Palestina, na Jordânia, na Líbia, em Marrocos, etc, etc.
E o que mudou na Tunísia ?
E no Egipto o que se está a passar ?
Difícil saber. As atenções noticiosas estão agora nos locais das novas revoltas.
Mas o ritmo das revoltas tem sido tal que já ninguém fala do Egipto. Agora não há câmaras de televisão que cheguem para nos mostrar o que se passa no Irão, no Iemen, no Bahrein, na Palestina, na Jordânia, na Líbia, em Marrocos, etc, etc.
E o que mudou na Tunísia ?
E no Egipto o que se está a passar ?
Difícil saber. As atenções noticiosas estão agora nos locais das novas revoltas.
No Egipto todos, ou quase, saudaram a queda do ditador Mubarak. Eu saudei.
Muitos salivaram com mais uma revolução em que as Forças Armadas estiveram ao lado do povo. Eu já não salivei.
Muitos falaram dos 30 anos de ditadura de Mubarak ( 1981 a 2011 ) e esqueceram-se que o dito foi vice-presidente de Anwar El Sadat ( que foi presidente de 1970 a 1981 ) que por sua vez tinha sido vice-presidente do nacionalista e colectivista Gamal Abdel Nasser ( presidente de 1956 a 1970 ). Todos militares. Todos Generais. Ou seja as Forças Armadas dominam o poder político no Egipto vai para 55 anos.
Que no tempo de Nasser a esquerda salivasse compreendia-se. Ainda havia a URSS ( lembram-se ?) e depois o Movimento dos Não-Alinhados para grande satisfação da China. Nasser era um herói e era o tempo em que havia ditaduras boas e más ( e ainda as há, basta ver a posição do PCP , e não só, relativamente a Cuba, Coreia do Norte, Irão, Zimbabwe, etc ). Claro que muita esquerda apoiava as ditaduras boas. E Nasser era bom.
Claro que 55 anos de poder é muito tempo e a carne é fraca. Consta que o " império militar representa 1/3 da economia egípcia ".
Os soldados ao lado do povo e os Generais ao lado do capital...e quem manda são os Generais. Pois.
Derrubar um ditador corrupto pareceu fácil. E derrubar muitos Coronéis e Generais corruptos também o será ?
E agora é o Irão, a Líbia, o Bahrain, o Iemen, Marrocos, a Argélia, a Palestina, etc , etc.
Revoltas massivas mas sem , aparentemente, uma liderança e um programa claro do pós queda dos ditadores sejam militares ou reis.
A repressão é dura. Os mortos são às centenas e o futuro desses países e povos incerto.
Todos países árabes com excepção do Irão. Todos islâmicos. Todos estados corruptos.
Até à data, há dois países chave no chamado Médio Oriente, a Siría e a Arábia Saudita, onde não há notícias de revoltas. Aguardemos.
Tempo de reler Bernard Lewis e o seu livro, de 2002, " O Médio Oriente e o Ocidente. O que correul mal ? " ( editado pela Gradiva ), que termina assim :
" Para um analista ocidental, educado de acordo com a teoria e a prática da liberdade do Ocidente, é precisamente a falta de liberdade - liberdade de pensar livre de constragimentos ou slogans propagandísticos, de questionar, interrogar e falar; de iniciativa privada face à má gestão pública e à corrupção generalizadas; das mulheres em relação à opressão masculina; das pessoas em relação a regimes tirânicos - que está por detrás de muitos dos problemas fundamentais do mundo islâmico actual. Mas o caminho para a democracia, como a história ocidental amplamente demonstra, é longo e complicado, cheio de armadilhas e obstáculos.
Se os povos do Médio Oriente continuam pelo caminho actual, o bombista-suicida pode tornar-se uma metáfora adequada para descrever toda uma região, apanhada sen escapatória num círculo vicioso de ódio e vingança, frustação e autocomiseração, pobreza e opressão, redundando , mais cedo ou mais tarde, num novo período de dominação pelo exterior; talvez por uma nova Europa recuperando velhos comportamentos, ou por uma Rússia de novo poderosa, ou ainda por uma nova superpotência expansionista vinda do Oriente. Se os Muçulumanos souberem pôr de lado as queixas e a autocomiseração obsessivas, se se esforçarem por solucionar os seus diferendos internos e se forem capazes de polarizar os respectivos talentos, podem, mais uma vez, fazer do Médio Oriente, como na Antiguidade e na Idade Média, um ponto importante rm termos civilizacionais. Por enquanto, esta ainda é uma escolha que está nas suas mãos."
Revoltas massivas mas sem , aparentemente, uma liderança e um programa claro do pós queda dos ditadores sejam militares ou reis.
A repressão é dura. Os mortos são às centenas e o futuro desses países e povos incerto.
Todos países árabes com excepção do Irão. Todos islâmicos. Todos estados corruptos.
Até à data, há dois países chave no chamado Médio Oriente, a Siría e a Arábia Saudita, onde não há notícias de revoltas. Aguardemos.
Tempo de reler Bernard Lewis e o seu livro, de 2002, " O Médio Oriente e o Ocidente. O que correul mal ? " ( editado pela Gradiva ), que termina assim :
" Para um analista ocidental, educado de acordo com a teoria e a prática da liberdade do Ocidente, é precisamente a falta de liberdade - liberdade de pensar livre de constragimentos ou slogans propagandísticos, de questionar, interrogar e falar; de iniciativa privada face à má gestão pública e à corrupção generalizadas; das mulheres em relação à opressão masculina; das pessoas em relação a regimes tirânicos - que está por detrás de muitos dos problemas fundamentais do mundo islâmico actual. Mas o caminho para a democracia, como a história ocidental amplamente demonstra, é longo e complicado, cheio de armadilhas e obstáculos.
Se os povos do Médio Oriente continuam pelo caminho actual, o bombista-suicida pode tornar-se uma metáfora adequada para descrever toda uma região, apanhada sen escapatória num círculo vicioso de ódio e vingança, frustação e autocomiseração, pobreza e opressão, redundando , mais cedo ou mais tarde, num novo período de dominação pelo exterior; talvez por uma nova Europa recuperando velhos comportamentos, ou por uma Rússia de novo poderosa, ou ainda por uma nova superpotência expansionista vinda do Oriente. Se os Muçulumanos souberem pôr de lado as queixas e a autocomiseração obsessivas, se se esforçarem por solucionar os seus diferendos internos e se forem capazes de polarizar os respectivos talentos, podem, mais uma vez, fazer do Médio Oriente, como na Antiguidade e na Idade Média, um ponto importante rm termos civilizacionais. Por enquanto, esta ainda é uma escolha que está nas suas mãos."
04/12/10
Ovelhas de Presépio na Barbearia do Sr. Luis
Natal na blogoesfera é com o distinto barbeiro Sr. Luis .
Este ano o concurso é destinado às ovelhas do Presépio .
Os prémios são milionários, basta cumprirem o regulamento.
Vá despachem-se, que o prazo termina a 15 de Dezembro.
Eu tinha muitas para enviar mas só seguiu uma.
09/06/10
Isto nada tem a ver com o conflito entre israelitas e palestinianos...
- " São inocentes e culpados " de Luis Januário
- " Ódio velho não cansa" de Pedro Correia
- " Orgulho (?) gay ? " de José Simões
- " Ódio velho não cansa" de Pedro Correia
- " Orgulho (?) gay ? " de José Simões
Homossexuais enforcados na praça pública em Teerão.
( foto "roubada" ao José Simões )
18/03/10
Kilometros quadrados
Hoje fui confirmar aquilo que já sabia :
Alentejo = 31.551,20 Km2
Israel = 22.072,00 Km2
Alentejo = 31.551,20 Km2
Israel = 22.072,00 Km2
27/01/10
"Auschwitz Report" de Primo Levi e Leonardo de Benedetti
Primo Levi chegou a Auschwitz a 26 de Fevereiro de 1944. No mesmo comboio, que partira de Itália 4 dias antes com 650 judeus italianos , chegava De Benedetti. Tinham-se conhecido no Campo de Detenção de Fossoli, em Itália, onde estavam detidos desde de Dezembro de 1943.
Levi, licenciado em Química, era um jovem de 25 anos. De Benedetti, médico, tinha 46 anos.
A 27 de Janeiro de 1945, faz hoje 65 anos, o Exército Soviético chegava a Auschwitz, já abandonado pelos nazis e libertou os sobreviventes. Entre eles encontravam-se Primo Levi e Leonardo de Benedetti.
O Comando Russo solicitou aos dois um relatório sobre os campos de concentração em Katowice de ex-prisioneiros italianos, que foi submetido ao governo da então URSS.
A sua primeira publicação é feita numa revista médica de Turim, a Minerva Medica, em 24 de Novembro de 1946 com o título "Rapporto sull' organizzazione igienico-sanitaria del campo di concentramento per ebrei di Monowitz (Auschwitz -Alta Silesia )".
Poderá ser considerada a primeira obra de Primo Levi. Foi editada em inglês pela Verso, em 2006, com esta belissima capa :
Recomendo.
Levi e De Benedetti haveriam de regressar a Itália em Outubro de 1945. De comboio. Depois de uma linga viagem , entram em Itália pela fronteira de Brenner a mesma pela qual tinham passado 20 meses antes em direcção a Auschwitz. Esse momento é recordado por Primo Levi no seu livro "The Truce" :
" Late at night we crossed the Brenner, which we had passed in our exile twenty months before; our less tired companions celebrated with a cheerful uproar; Leonardo and I remained lost in a silence crowded with memories... how much had we lost, in those twenty months ? What should we find at home ? How much of ourselves had been eroded, extinguished ? Were we returning richer or poorer, stronger or emptier ? We did not know; but we knew that on the thresholds of our homes, for good or ill, a trial awaited us, and we anticipated it with fear. We felt in our veins the poison of Auschwitz, flowing together with our thin blood; where should we find the strength to begin our lives agaain ?... We felt the weight of centuries on our shoulders..."
Leonardo de Benedetti retomou a sua actividade de médico e morreu em 1983, aos 85 anos.
Primo Levi decide escrever e em 1946 publica " Se isto é um homem". Suicidou-se em Turim em 11 de Abril de 1987. Tinha 67 anos.
Saibamos honrá-los.
06/02/09
23/01/09
16/01/09
Amizades peregrinas
Era tão amigo do Hamas que viajou de Lisboa até Gaza. Queria ser um mártir suicida e fazer-se explodir num autocarro em Telaviv. Não o aceitaram porque era um incréu. Regressou a Lisboa. Converteu-se ao Islamismo. Casou com 4 mulheres e foi muito feliz. Um dia resolveu fazer a peregrinação a Meca e fez-se explodir no meio da multidão. Consta que não foi aceite no Paraíso.
30/12/08
ISRAEL
Alguns engraçados que escrevem em blogues ditos de esquerda ( bem como alguns que escrevem nas respectivas caixas de comentários ) começam a dizer, preto no branco, a propósito dos ataques de Israel ao Hamas que o pecado original foi a criação do Estado de Israel em 1948. Defendem pois, objectivamente, o mesmo que os terroristas do Hamas e outros radicais islâmicos : a desaparição de Israel.
A estes engraçados convém recordar que o Estado de Israel foi constituido em 1948 e reconhecido pela ONU em 1949
Curiosamente um dos primeiros paises a reconhecer Israel foi a defunta URSS ( ainda com o glorioso Pai dos Povos, vulgo Zé dos Bigodes, como timoneiro ) na crença que as raizes socialistas do Movimento Sionista levariam à criação de um estado socialista no Médio Oriente. Convém relembrar que estavamos em início da chamada Guerra Fria. Isto numa altura em que a maioria dos paises árabes da região também optavam por experiências ditas socialistas com o apoio do então Bloco de Leste. Modelos todos fracassados, desde o Egipto ao Iraque passando pela Síria. Hoje todos transformados em estados autoritários, corruptos e religiosos.
Curiosamente, ou não, Israel continua um estado democrático. Onde há eleições livres. Onde existem partidos distintos. Onde um Presidente pode ser destituido constitucionalmente. Onde as mulheres podem exercer os seus direitos de cidadania e não são apedrejadas até à morte se cometem adultério. Onde as minorias têm direitos. Como por exemplo os homossexuais que não são enforcados como no Irão. Etc, etc, etc.
É um país e um modelo perfeito ? Não. A perfeição existirá no paraíso no qual curiosamente acreditam quer católicos quer muçulumanos, mas não os judeus. Eles lá saberão porquê.
Quanto aos engraçados diria que se quiserem exercer a profissão de humoristas no Médio Oriente, em Israel encontrarão trabalho. Nos paises árabes já não tenho a certeza.
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