"Bom dia,
Sei que se preocupam comigo, por isso aqui vão as notícias.
Estou bem e todos os que aqui me são mais próximos também, incluindo o N. e a I.
Foi um daqueles episódios únicos na vida que me têm acontecido aqui em Maputo.
Podem ver pelas imagens quão perto está da cidade.
Começámos a ouvir estrondos aí pelas 16h30m daqui. A primeira ideia é que seria trovoada, mas depois soube-se que era o paiol. E fomos ficando, até começarem a rebentar coisas perto.
E o que aconteceu é que algumas munições foram projectadas para longe e rebentaram noutros sítios, como é o caso da Embaixada da Rússia.
Parecia um cenário de guerra. Nós que trabalhamos na chamada baixa, a mais de 10 km do local e sentiram-se todas as vibrações.
O nosso escritório é num prédio novo mas como as janelas estão todas fechadas por causa do ar condicionado e o tecto é falso, algumas placas de gesso do tecto cairam. E só não cairam em cima de um dos colegas porque ele se tinha levantado para beber água.
Tivémos de evacuar o edifício e, pela primeira vez, vi um engarrafamento na rua principal da baixa, 25 de Setembro.
Há vidros partidos por toda a cidade em casas e lojas.
Obviamente que, para nós, é uma excitação, mas a população mais carenciada é que sofre e perde tudo.
Falam numa quinzena de mortos mas deve haver bem mais e viam-se imagens horríveis de feridos a entrar no hospital, tipo pessoas sem membros.
Há muitos projecteis que não rebentaram e estão espalhados. Há pessoas perdidas.
Acho que nem nos conseguimos ainda aperceber da tragédia.
O aeroporto está fechado pois é mesmo ao pé do paiol.
O que é incrível é que já tinha havido problemas há muito pouco tempo tipo 2/3 meses, mas as coisas, por aqui, sempre demoram muito tempo a resolver.
Vamos ver se não há mais impactos negativos, embora seja difícil com tanto obus espalhado pela cidade.
Um beijo e saudades para todos
Paula "
Estou bem e todos os que aqui me são mais próximos também, incluindo o N. e a I.
Foi um daqueles episódios únicos na vida que me têm acontecido aqui em Maputo.
Podem ver pelas imagens quão perto está da cidade.
Começámos a ouvir estrondos aí pelas 16h30m daqui. A primeira ideia é que seria trovoada, mas depois soube-se que era o paiol. E fomos ficando, até começarem a rebentar coisas perto.
E o que aconteceu é que algumas munições foram projectadas para longe e rebentaram noutros sítios, como é o caso da Embaixada da Rússia.
Parecia um cenário de guerra. Nós que trabalhamos na chamada baixa, a mais de 10 km do local e sentiram-se todas as vibrações.
O nosso escritório é num prédio novo mas como as janelas estão todas fechadas por causa do ar condicionado e o tecto é falso, algumas placas de gesso do tecto cairam. E só não cairam em cima de um dos colegas porque ele se tinha levantado para beber água.
Tivémos de evacuar o edifício e, pela primeira vez, vi um engarrafamento na rua principal da baixa, 25 de Setembro.
Há vidros partidos por toda a cidade em casas e lojas.
Obviamente que, para nós, é uma excitação, mas a população mais carenciada é que sofre e perde tudo.
Falam numa quinzena de mortos mas deve haver bem mais e viam-se imagens horríveis de feridos a entrar no hospital, tipo pessoas sem membros.
Há muitos projecteis que não rebentaram e estão espalhados. Há pessoas perdidas.
Acho que nem nos conseguimos ainda aperceber da tragédia.
O aeroporto está fechado pois é mesmo ao pé do paiol.
O que é incrível é que já tinha havido problemas há muito pouco tempo tipo 2/3 meses, mas as coisas, por aqui, sempre demoram muito tempo a resolver.
Vamos ver se não há mais impactos negativos, embora seja difícil com tanto obus espalhado pela cidade.
Um beijo e saudades para todos
Paula "
P.S. : nunca estive no Maputo, por isso não tenho ideia da escala e localização que estas fotos dão do ocorrido. Acredito que para quem conheça possam ajudar. Infelizmente o número de mortos será superior ao inicialmente previsto.
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