É uma expressão popular cada vez menos usada. Poucos saberão a sua origem. Que é o título de um pequeno trabalho literário de Elbert Hubbard ( EUA : 1856 - 1915 ) chamado "Uma carta para Garcia", que foi escrito a 22.02.1899 a propósito da guerra de Cuba.
Apesar do título, o herói não é Garcia ( um general cubano ) mas sim um tal Rowan a quem foi atribuida a tarefa, pelo presidente dos EUA, de levar uma carta a Gracia ( que ninguém sabia onde estava ). Rowan aceita a tarefa sem mesmo ter perguntado : " Onde está Garcia ? ". E conseguiu entregá-la. Com este pequeno texto Hubbard elogia aqueles que, como Rowan, "agem prontamente, concentrando as suas energias a fazerem o que tem que ser feito - «levar uma carta a Garcia» ."
Lembrei-me deste texto a propósito das eleições para a Câmara de Lisboa às quais concorrem, segundo parece, 12 ( doze !!!! ) candidatos. A maioria não porque queiram levar " a carta a Garcia" mas apenas por necessidades de afirmação pessoal e de jogos de poder palacianos.
Espero que alguns deles concorram por causa de Lisboa e dos lisboetas e não para olharem para os respectivos umbigos.
E deixo-vos com uma passagem do livro :
"Em todas as lojas e fábricas há um constante processo de depuração. O empregador está sempre a dispensar os que demonstram a sua incapacidade de promover os interesses da empresa e a contratar outros.
Não importa quão próspera seja a época, essa depuração continua, podendo às vezes tornar-se terrível quando o trabalho é escasso - mas, sempre, sempre invariavelmente, os incompetentes e imprestáveis são dispensados. É a sobrevivência dos mais aptos. O interesse próprio leva cada empregador a conservar os melhores - aqueles que podem levar uma mensagem a Garcia.
Conheço um homem que é realmente brilhante em muitas coiss, embora não tenha a capacidade de gerir o seu próprio negócio, e é absolutamente inútil para os de outrem, porque mantém a suspeita absurda de que o empregador o está a oprimir ou tenciona oprimi-lo. Não é capaz de dar ordens e não admite recebê-las. Caso lhe fosse entregue uma mensagem para levar a Garcia, provavelmente encararia o responsável como um Shylock ganancioso e avaro e diria :
« Leve você mesmo! » "
Apareça um candidato a presidente que mostre ser capaz de levar a carta a Garcia e terá o meu voto.
P.S. : O livro "Uma carta para Garcia" foi publicado pela "Padrões Culturais Editora " e custou-me 1 euro !
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