Que somos um país de especialistas já ninguém duvida. Mas os nossos especialistas, até à data, eram mais do tipo xico esperto. Lêem umas coisas aqui, outras acolá e depois mandam uns palpites para o ar. Mas como são especialistas generalistas, ou seja pronunciam-se sobre tudo e mais alguma coisa, nada de grave se passa após os "estudos" estarem concluidos.
Com o novo aeroporto de Lisboa houve um salto qualitativo. Passámos a ter reconhecidos profissionais, de diferentes áreas, envolvidos nos estudos. Alguns até são pagos pelo Estado ( ou seja pelos contribuintes ).
Na última semana vieram à baila os nomes de Augusto Mateus e da CIP. Mas surprendemente o que é que se verifica ? Isto :
- Augusto Mateus ( clicar ) ganha um concurso ( da NAER ) para estudar como racionalizar o ordenamento da área da Ota... e afinal conclui que Alcochete é que é . Será que esteve a estudar Alcochete de borla ? Ou quando ia para a Ota se enganou na estrada e foi parar a Alcochete ?
- Já o caso do estudo da CIP sobre Alcochete ainda é mais bizarro. Então não é que afinal o estudo da CIP sobre Alcochete não é da CIP !!!??? Segundo afirmações, à Lusa, de Armindo Monteiro ( um dos vice-presidente da CIP ) : " O estudo foi feito a título pessoal pelo presidente da CIP e não é uma posição da CIP." ( sic )
Ah grande Eng. Van Zeller! Nem deve ter dormido nas últimas semanas. Deve ser um estudo catita e terá mais " de 100 páginas e é um estudo muito aprofundado" ( clicar ). Pelo menos não deve ter sido pago à página.
Com a idade que tenho dá-me ideia que nunca utilizarei o novo aeroporto de Lisboa, seja na Ota, Rio Frio, Alcochete, Poceirão,etc, etc e já pouco me importa a sua localização. Agora já estou como o Eduardo Graça ( clicar ) :
"Mas, na verdade, o que eu agora queria saber é quanto o estado já gastou em estudos acerca do novo aeroporto de Lisboa. Por mim agradecia que publicassem uma lista com o nome e os montantes auferidos pelas entidades e autores individuais dos referidos estudos. E se estão a pensar realizar mais divulguem, por favor, no caso de ser o Estado, os procedimentos adoptados, os montantes envolvidos, os prazos, as entidades consultadas e aquelas às quais foram, finalmente, adjudicados ou, no caso dos estudos serem por conta de entidades privadas, quem os encomendou e quem os paga."
2 comentários:
A pergunta está muito bem colocada, deveria talvez ser dirigida aos partidos políticos, com a experiência de uns quantos professores catedráticos, mas é gratificante vê-la assim, despudorada, como se a gratuitidade dos bloggers pudesse compensar a ausência de liberdade de expressão, sem que se tenha de cobrar por isso.
Saudações
É como dizes aero:
As perguntas que se deviam colocar cara a cara a quem sabemos que devia responder, estão guardadas para o virtual.
Parecendo não ser muito estranho querer saber para onde vai o dinheiro publico, mas mediaticamente ( T.V. especificamente ) estas perguntas entram já no domínio do politicamente incorrecto. Estranho, afinal?
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