Um soberano que conheci

A lenda diz que nasceu numa ilha. No Atlântico africano. Em Cabo Verde. Por lá brincou e viu o mar. O despojamento também o terá aprendido nesse tempo. Estudou na então metrópole. Ainda junto ao mar. Em Oeiras. Foi aqui que se fez homem e soberano. E também fotógrafo, pai e professor. Depois ensinou outros a serem soberanos. O que ele queria era que cada um fosse soberano. Como o leão e não como o cão que abdica da soberania em favor do dono. Estivesse onde estivesse dava espaço aos outros. Quando precisavamos dele encontravamo-lo sempre. E ele ouvia-nos, com aquele sorriso quente. Quando o coração lhe pregou a primeira partida preferiu continuar soberano e morreu como tal.

Era o Roberto Barbosa ( 04.03.1953 - 04.06.2007 )