12/08/07

Agosto em Lisboa, XII


Há 23 anos o dia 12 de Agosto também foi um domingo. Os que me conhecem têm a mania de dizer que eu tenho boa memória. Já lhes disse que não é verdade. Ou antes é meia verdade. Terei alguma capacidade ( ou memória ? ) de não me esquecer de datas, pessoas e locais quando eles estão associados a algo de pessoal. Foi o caso do 12 de Agosto de 1984. Era um domingo. Decorriam os Jogos Olímpicos de Los Angeles. Apanhei um avião para Madrid, onde ia tratar do meu visto para partir para Gizan, Arábia Saudita. Gosto dos Jogos Olímpicos e nessa altura Carlos Lopes era um maratonista vencedor. Quando cheguei a Madrid não vi na televisão a maratona que era corrida já noite dentro e eu precisava de acordar cedo para , no dia seguinte, ir à embaixada da Arábia Saudita tratar do visto de entrada.
Na 2ª feira, dia 13, apanhei um taxi. O motorista perguntou-me se eu era português ( maldito sotaque ). Disse-lhe que sim. Deu-me os parabéns. Perguntei-lhe porquê. "Pela vitória do Carlos Lopes na maratona de Los Angeles", disse-me ele. Foi assim que soube dessa vitória inesquecivel do atletismo português.
Eu iniciava nesse dia uma maratona de 4 dias para conseguir o visto, com umas peripécias à mistura que um dia possivelmente contarei e que definitivamente enterrarão as minhas possibilidades de me dedicar à vida política. Acabei por conseguir o visto e embarquei para Gizan dia 16. Mas isso é outra história.
E por falar em coincidências. Este ano o 11 de Setembro também é uma 3ª feira, como em 2001. E como há 6 anos estarei no mesmo local. Paris. Esperemos que as coincidências fiquem por aí.
P.S. : post dedicado ao meu amigo Carlos Maria que está por terras do Oriente e que se refere à vitória do Carlos Lopes num dos comentários do texto anterior.

3 comentários:

Anónimo disse...

E celebra-se hoje a vida e obra de Miguel Torga. Faria 100 anos se fosse vivo. Abraço.

Jorge Pinheiro disse...

Ainda bem que te safaste da vida política!

hfm disse...

Gosto destas recordações. Quanto à política, realmente, parece-me que não perdeu nada, antes, ganhou.