25/10/07

Uma viagem a Pinhel

Ontem, por razões pessoais, fui a Pinhel com a Luisa. Saimos de Lisboa às 7 h 30 m. Chegámos a Pinhel às 11 h. Com duas paragens, em áreas de serviço, para reabastecimento de gasóleo e café. Fomos pela CREL - A10 - A1 - A23 e os kilometros finais ( cerca de 25 ) por uma nacional em obras. Tratámos do que tinhamos a tratar. Almoçámos num pequeno restaurante da cidade por 11, 36 euros !!!! ( meteu sopa e tudo ). Regressámos pelas mesmas estradas. A Luisa lá foi trabalhando no portátil e pelo telemóvel enquanto eu conduzia e às vezes fumava. Ela já se deixou disso. Até ver. Deixei-a em casa, em Carcavelos. Decidi vir pela marginal para casa onde cheguei às 18 horas. Olhei para o conta kilometros. Tinhamos feito 737. Antes de jantar ainda limpei a caixa de mail's e bloguei.
Depois recordei os meus tempos de juventude e adolescência quando fazia a mesma viagem, nas chamadas férias de Verão, para ir para a aldeia, Alverca da Beira, onde o meu pai e tios tinham umas propriedades. Era uma aventura. Fosse de comboio ou de carro. Era uma viagem para durar o dia todo. Com paragem na Mealhada, para o leitão, se fossemoss de carro. Com direito a farnel, preparado pela mãe ou pela tia, se fossemos de comboio. Lá ficavamos 3 a 4 semanas, em Setembro. Para a apanha da maçã e vindimas. Para o encontro com os amigos do Porto que também para lá iam e que os via uma vez ao ano, em Alverca. Com a pressão de ar matava uns pardais. Televisão só no café ( único) da aldeia ou na casa do povo. Os jantares presididos pelo tio avô António que terminavam com a companhia, para o café, do Sr. Teodósio. Que pintava e uns anos mais tarde, em 1979, haveria de dar à minha mulher uma natureza morta. E o maldito do sino da igreja, mesmo em cima do meu quarto e dos meus irmãos, a dar as horas e as meias. O que vale é que ao fim da segunda noite já nem o ouvia.
O António adolescente acreditava e tentava contribuir, à sua maneira, para que as mudanças acontecessem.Mas nunca pensou que passados quase 40 anos elas fossem tantas. O António já cinquentão recorda com saudade esses tempos mas não deseja revisitá-los. Gostaria que os cinquentões como ele não fossem tão conservadores e resistentes às mudanças. Preferia que contassem aos seus filhos esse passado como uma história da qual foram personagens para que eles tivessem hoje melhores condições. Para que assim percebessem que há sempre algo a melhorar e que o futuro agora é deles.

2 comentários:

maria antunes disse...

Tenho um Tio que é de Pinhel, e vai lá muitas vezes. Eu já não vou lá há uns bons anos, e as recordações são poucas.
Gostei do texto. :)

Augusto disse...

Venham visitar Pinhel, porque vale a pena. De certeza que a Cidade Falcão não vos vai desiludir!

www.falcaoecomparsas.blogspot.com