Do muito que se tem escrito sobre a aposentação de Fidel de Castro , gostei de ler o Rui Bebiano (clicar) .
21/02/08
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" Sou defensor da rotina, nunca fui caçar leões a África, parece-me uma desconsideração para com os leões." LUIS MATEO DÍEZ. Escritor espanhol Membro da Real Academia Espanhola da Lingua
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Fidel Castro renuncia à Presidência de Cuba
Após 50 anos à frente do país e 19 meses de afastamento, o presidente de Cuba, Fidel Castro, de 81 anos, anunciou que não aceitará os cargos de presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe de Cuba. "Comunico que não aspirarei e nem aceitarei; repito, não aspirarei e nem aceitarei, os cargos de presidente do Conselho de Estado e comandante-em-chefe de Cuba", disse Castro, em mensagem publicada nesta terça-feira pelo diário oficial Granma.
Leia também o ensaio Cuba - O castrismo depois de Fidel, ensaio geral, de Janette Habel.
"Desempenhei o honroso cargo de presidente ao longo de muitos anos. Em 15 de Fevereiro de 1976, foi aprovada a Constituição Socialista por voto livre, directo e secreto de mais de 95% dos cidadãos com direito a voto", recorda Fidel na mensagem.
O anúncio foi realizado apenas cinco dias antes da nomeação, por parte do Parlamento cubano, de um novo Conselho de Estado, do qual Castro era até agora presidente.
Eleita no fim de Janeiro, a nova Assembleia Nacional deverá escolher o novo chefe de governo de Cuba em até 45 dias. Fidel vinha sendo eleito e ratificado em todas as eleições, que se realizam a cada cinco anos, desde 1976.
"A primeira Assembleia Nacional foi constituída em 2 de Dezembro desse ano (76), e elegeu o Conselho de Estado e a sua Presidência. Antes tinha exercido o cargo de primeiro-ministro durante quase 18 anos. Sempre dispus das prerrogativas necessárias para levar adiante a obra revolucionária com o apoio da imensa maioria do povo", afirma Castro.
Convalescente de uma doença intestinal que o obrigou a ceder provisoriamente os seus cargos em Julho de 2006 ao irmão Raúl, Fidel Castro acrescenta que "sempre desejou cumprir o dever até o último sopro", mas que o seu estado crítico de saúde o afastou do poder.
"Conhecendo o meu estado crítico de saúde, muitos no exterior pensavam que a renúncia provisória ao cargo de Presidente do Conselho de Estado de 31 de Julho de 2006, que deixei em mãos do Primeiro Vice-presidente, Raúl Castro Ruz, era definitiva. O próprio Raúl, que também ocupa o cargo de Ministro das Forças Armadas por méritos pessoais, e os demais companheiros da direcção do Partido e do Estado, foram relutantes a considerar-me afastado dos meus cargos, apesar do meu estado precário de saúde."
"Trairia a minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total, quando não estou em condições físicas de oferecer isso", explica.
"Era incómoda a minha posição frente a um adversário que fez de tudo para se desfazer de mim, e em nada me agradava comprazê-lo", afirma, em referência aos Estados Unidos.
Na conclusão, Castro afirma que não se despede.
"Desejo só combater como um soldado das ideias. Continuarei a escrever, sob o título "Reflexões do companheiro Fidel". Serei uma arma a mais do arsenal com o qual se poderá contar. Talvez a minha voz seja escutada. Serei cuidadoso."
http://www.esquerda.net/
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