" Porra Sócrates, deixa lá a malta comer Bolas de Berlim senão ainda há um golpe de estado."

é este o apelo comovente da SEDES, hoje referido no "Público".

" Êpá, mas o Sedes não é o novo defesa esquerdo do Benfica ? ", pergunta , no café do meu bairro, um jovem enquanto bebe um galão e come uma bola de berlim com creme.

"Não, pá, esse é o Sepsi e veio da Roménia", responde o amigo que bebe uma bica. " E até nem me parece mau."

O velho, mais sabido, lá do canto diz : " Tenho a impressão que é aquela associação dos restaurantes e similares."

" Ó velho , cala-te , essa até eu sei que é a ARESP", responde o proprietário do café, que até é brasileiro.

" Mas olha que podia ser pois não é que dizem :" Para se ter uma noção objectiva da desproporção entre os riscos que a sociedade enfrenta e o empenho do Estado para os enfrentar, calculem-se as vítimas da última década originadas por problemas relacionados com bolas de Berlim, colheres de pau, ou similares e os decorrentes da criminalidade violenta ou da circulação rodoviária e confronte-se com o zelo que o Estado visivelmente lhes dedicou" ( clicar ) ", responde o velho.

"Mas quem serão estes gajos ? " volta a perguntar o gajo da bola de berlim.

Entretanto entrara o professor de Ciências Socias, da Escola Secundária do bairro, que diz que a "Sedes foi uma associação criada ainda no anterior regime pela ala liberal do mesmo mais uns activistas cristãos. Tenho a ideia que o Sá Carneiro, o João Salgueiro, o Guterres e até o Marcelo Rebelo de Sousa fizeram parte dos fundadores. Mas já não me lembro bem."

"Mas o que é que eles têm feito desde então ?" pergunta o velho

" Isso já não sei. ", responde o professor

" Mas olhe que entre os que assinaram o documento estão o Campos e Cunha, o Ribeiro Mendes e até o Amílcar Theias. Eles não fizeram parte dos últimos governos ?", diz o gajo da bica.

" Acho que sim e não me parece que tenham feito grande coisa, mas quando passam a ex sabem tudo e têm as soluções", diz o professor.

"Êpá isto já é tarde, toca a andar que temos que ir trabalhar", diz o gajo da bola do berlim e do galão, olhando para o relógio.

"Desculpem lá" , digo eu " Já agora gostava de saber se sentem que há na sociedade portuguesa um mal-estar difuso ? "

" Não ", respondem a uma só voz os 4 clientes e ainda o dono do café, que como se lembrarão é brasileiro.

Fiquei mais descansado e menos difuso.