Fazer perguntas é incómodo. Não para quem as faz mas para quem tem de responder. Responder exige não só conhecimento e memória, mas também ter que exercitar os neurónios e aceitar o confronto de ideias. Nas escolas, tradicionalmente, a transmissão do conhecimento é feita num só sentido : do professor para o aluno. Quem detém o conhecimento ( o poder ) é o professor e como tal convém não lhe fazer perguntas. A resposta, se incorrecta, pode revelar ignorância. E o professor nunca pode dizer : "Não sei ". Quando a pergunta é mais difícil : ou não há tempo para dar a resposta ou a pergunta é estúpida. Recordo uma vez mais : " Não há perguntas estúpidas, só respostas."
A escola funcionou assim muito tempo até porque era difícil ter acesso ao conhecimento por outra via, pelo menos para a maioria do alunos. Quando este paradigma se altera todos temos que saber fazer perguntas, professores incluidos, sem medo que isso revele fraqueza ou falta de autoridade. Até porque a uma pergunta para a qual se não sabe, de momento, a resposta podemos sempre responder : " Vou estudar o assunto e amanhã dou-te a resposta."
4 comentários:
Tem piada que um dos próximos posts que irei publicar em breve tem um pouco a ver com este tema.
Abraço.
Fazer a pergunta é encontrar metade da resposta...
É pá, Al-Kantara, essa matou-me!
É pá, Expresso, também não vale a pena, até porque a frase é uma citação. ( Eu não sou tão inteligente, tenho é boa memória...)
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