Conseguiriamos andar a gritar " Viva o 16 de Março", " 16 de Março , Sempre ", "Vivam os capitães de Março " ?
E as senhas, no RCP, teriam sido " E depois do adeus " e "Grândola" ?
Nunca o saberemos. Sabemos que foi a 25 de Abril de 1974 e que Abril é um mês que os poetas gostam de cantar. Foi um dia de sol e havia cravos, que ficavam bem nas pontas das G3.
Tempos houve que o celebrava na rua. Hoje prefiro fazê-lo em solidão até porque a felicidade desse dia foi um sentir individual mesmo que tenha andado no meio das multidões até ao 1º de Maio.
Querer celebrar um dia singular misturando-o com muitos outros que vieram a seguir é redutor, porque se esquece que depois houve um combate entre diferentes forças políticas que tinham projectos distintos. Falar dos ideais de Abril é mistificador. O 25 de Abril foi um dia singular. De festa. De queda de um regime repressivo e autoritário. De um herói, Salgueiro Maia, que montado num chaimite obrigou Marcelo Caetano a render-se.
Quem o viveu poderá contá-lo aos filhos e netos. Quem o não viveu sabe que vive num país democrático, onde há muito a melhorar. Mas isso está nas nossas mãos e não na de militares que o façam por nós. De todas as chamadas conquistas irreversíveis de Abril há uma que temos que saber defender, sempre : a liberdade.
4 comentários:
Nem mais!Viva a liberdade!
Caro António: foi tudo isso e mais alguma coisa. Só não foi um dia de sol estava o céu completamente nebulado. É que eu também lá estive. Abraços
Pois é Ortega...agora que me falas disso tens razão, mas na minha memória ficou gravado como um dia de sol, não terá sido por acaso.
Abraços
Foi um radioso dia nublado...
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