Na minha douta ignorância sempre pensei que o Parlamento fosse um orgão de soberania que servisse para controlar e fiscalizar os actos do governo. Daí pensar que as Comissões de Inquérito Parlamentar não deveriam ser feitas para tratar de casos de polícia, como é o caso do BPN.
Ingenuidade a minha. Os deputados ( de todos os partidos ) não resistem à tentação de protagonismo, apesar do descrédito da maioria das Comissões de Inquérito. Desta vez vamos ter o jovem Bernardino Soares a explicar que se fosse na Coreia do Norte nada disto aconteceria. Pudera , por lá não há eleições nem parlamento. O já não tão jovem tele-evangelista Francisco Louçã a convencer-nos que se o Manuel Alegre fosse o Presidente nada disto aconteceria. E ainda o sorridente Paulo Portas a dizer-nos que quem devia ser preso era o Vitor Constâncio. Paulo Rangel, com um ar muito zangado, esquecerá que todos os gestores do BPN são ou foram distintos membros do PSD e mesmo governantes da Nação. Alberto Martins, finalmente, assobiará para o lado. E no fim a Comissão não dará ordem de prisão a ninguém porque o Parlamento não é uma Esquadra de Polícia. Felizmente.
Pena que o deputado Paulo Portas não exiga uma Comissão de Inquérito sobre os vôos da CIA para Guantanamo numa altura em que o Ministro da Defesa era ...advinhem ? O Sr. Dr. Paulo Portas.
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