22/04/09

Dos grandes investimentos e uma anedota

Com o país tão deprimido e todos ( analistas, políticos, sindicalistas... ) a falarem do mesmo ( aumento do IVA, Ota, TGV, etc ) apetece-me contar duas histórias a despropósito e ainda uma anedota.
1ª história : Em 1970 entrei no I.S.T.. Então já com anfiteatros "provisórios" ( entre pavilhões ) para albergar os cerca de 3.000 alunos que o frequentariam. Li algures que em 1984 seriam cerca de 6.000, e já com as instalações ampliadas mas ainda dentro do perímetro do Instituto. Aquando da exposição "Engenharia em Portugal no século XX" ( Cordoaria de Lisboa ) vim a saber que a decisão governamental de construir o Técnico, no actual local, foi tomada, em 1927 ( !!!). A construção iniciou-se em 1928 e inaugurou-se em 1935 ! Em 1941 frequentavam-no 442 alunos. Imagino a sensação que estes 442 terão tido ao frequentarem tanto espaço "desperdiçado" e construção tão "faraónica" !!! Passados 70 anos ainda lá está e alberga milhares de estudantes, funcionários administrativos e docentes. Pergunto : se em 1927 se tivesse projectado um espaço para albergar 1000 alunos o que teria acontecido ?
2ª história : Em 1960 o governo tomou a decisão de construir a "Ponte Salazar" ( hoje "Ponte 25 de Abril"). A mesma foi inaugurada em 1966 sem a alternativa ferroviária que estava prevista, porque pareceria, à data, muito cara ! Em 1990 o governo decide-se pela instalação da ferrovia, que se inicia em 1996 e é concluida em 1999, custando uma fortuna. Pergunto : se na década de 60 se tem optado também pela ferrovia não teria havido uma economia e um melhor desenvolvimento urbano da Grande Lisboa ?
Como é óbvio estas duas histórias não têm nada a ver com a actual situação nem com projectos que andam a ser discutidos há pelo menos uma década. Para a actual situação e estado de espírito de muitos portugueses, mas principalmente para os ditos dirigentes ( não lhes posso chamar élites ) sejam eles políticos, empresários, sindicalistas, etc ...apetece-me contar uma anedota, já velha :
- a do automobilista que rolava , já em plena madrugada, numa estrada do Alentejo, quando tem um arreliador furo mum pneu. Quando se prepara para o substituir repara que não tem o macaco para levantar o carro !! Desesperado olha à sua volta e ao longe vê uma luz que parece ser de uma casa. Resolve fazer-se ao caminho na esperança que o eventual habitante tenha um macaco para lhe emprestar. A caminhada é longa e dá tempo ao nosso automobilista para falar com os seus botões. O que faz com que comece a ter dúvidas. Pergunta-se : " Será que vale a pena acordar o desgraçado? Se calhar fica mal disposto e ainda me insulta...ou pior, bate-me". "Olha se fosse comigo !". Mas continua a sua caminhada, questionando-se se valerá a pena chegar à casa e se o alentejano será compreensivo. Começa a ensismar de tal modo esta ideia negativa que quando lá chega hesita em bater à porta . Mas decide fazê-lo. O alentejano abre-a, ainda meio a dormir. E antes que o desgraçado abra a boca o nosso automobilista vira-se para ele e diz " Ó homem eu não preciso do macaco para nada. Meta-o no cu !"

P.S. : este post é uma Carta ao Director do Público que enviei em 7 de Julho de 2005 e que não foi publicada. Era no tempo que de vez em quando as minhas cartas eram publicadas e até já tinha um público fiel ( deixa-me rir ). Nada alterei. Apenas corrigi alguns erros que detectei agora.

1 comentário:

mng disse...

outro episodio a juntar a este, pode ser o da construção da actual sede da CGD.... que horror! um edificio para 5.000 trabalhadores! um exagero! Deve ser para andarem lá de patins!
;-)