Tenho uns primos manhosos, dizem. Um tio que não se recomenda. Com negócios , dizem, duvidosos. E até da minha mãe falam mal. Cá na minha aldeia apontam-me o dedo e à boca pequena ( ainda cá não há jornais ) dizem que eu sou um malandro. Mal saio à rua, insultam-me. " Devias ter vergonha da família que tens ", gritam.
Já o meu vizinho, pessoa mais velha, tem muitos amigos. A quem deu trabalho, em tempos. Depois meteram-se nos negócios. Até abriram um banco. Os amigos. Aldrabaram uns aldeões. Que não o meu vizinho, que até é presidente da Banda Filamónica da aldeia. Nas eleições, para a banda, os amigos ajudaram na campanha. Agora um está preso e é arguido. Outro teve que se demitir do conselho consultivo da tal banda filarmónica cá da terra. Tinha sido convidado, para o cargo , pelo meu vizinho. Que continua a sair à rua. Os aldeões cumprimentam-no respeitosamente e dizem : "Que culpa tem ele dos amigos que tem ?"
O ancião da aldeia continua na sua : " A família não se escolhe. Os amigos, sim."
2 comentários:
Mas quando a família se mete nos negócios, a filarmónica desafina!
Pois é... por essas e por outras é que pouco entendo de música, rs
Bom fim de semana. Alucinante ou não, mas BOM!
Saúde
Lília
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