01/09/09

O erro do P.S., segundo o Rui Bebiano, é

Eu também poderia escrever um artigo que começasse assim :
" Existe um erro básico na apreciação que o BE e alguns dos seus apoiantes fazem do actual papel do Partido Socialista. Consiste ele em meterem no mesmo saco o P.S. e o PSD..."
E que terminaria assim :
"Daí que os violentos ataques ao Partido Socialista lançados pelos bloquistas ( e por alguns dos «independentes» que o apoiam ) só possam voltar-se contra os próprios. Como ? Simples ( e não «simplex» ): concorrendo para fornecer a muitos cidadãos a percepção de que tal solução de alternativa e diferença apenas poderá ser projectada se ocorrer uma votação que dê a maioria ao Partido Socialista. Não sei se , para o poderem compreender, têm passado o suficiente pelo lado do exercício da governação que contibui para melhorar as condições de vida dos cidadãos."
Sempre lúcido Rui Bebiano diz que " o PS e o Bloco estarão condenados a entender-se como solução governativa de um tipo novo."
Gostaria de acreditar nisso mas os sinais da liderança do BE vão em sentido contrário e se Rui Bebiano acredita nisso deveria estar mais preocupado com o BE do que com o P.S.
Explico porquê.
O Partido Socialista sempre tem tido a capacidade de manter no seu interior sensibilidades diversas. Desde o início até aos dias de hoje. E a ele se juntaram, já com a democracia a funcionar, personalidades vindas de outras esquerdas ( Jorge Sampaio e o seu grupo, Eduardo Ferro Rodrigues e muitos ex-MES, o já falecido Acácio Barreiros, etc ) . E recentemente tivemos a formação da OPS de Manuel Alegre. Além da capacidade, com Guterres e agora com José Sócrates, de chamar independentes para a governação.
Já o Bloco tem caminhado no sentido oposto. E, de fora, a percepção que tenho é que a velha guarda estalinista e trotsquista pretende ultrapassar eleitoralmente o PC para depois ocupar o seu lugar. Para o demonstrar aí estão as listas do BE ou o caso da aliança com o PS para a Câmara de Lisboa através de José Sá Fernandes que terminou como sabemos. E pior, recusaram linearmente uma aliança com António Costa para derrotar Santana Lopes nas autárquicas de 11 de Outubro.
Sinceramente ( se é que a sinceridade serve para alguma coisa nestes casos) penso que a génese do Bloco ( partido que curiosamente não realizou um Congresso , digamos que fundador, e não tem um programa ) o impedirá de qualquer aproximação com o P.S., a não ser que os seus «independentes» se preocupem mais com o que se passa na sua casa do que com o que se passa na casa do vizinho.

Sem comentários: