24/12/09

FENPROF : there they go again

Os cidadãos voltaram a escolher o Partido Socialista para governar. Foi nas eleições legislativas de 27 de Setembro. Agora sem maioria absoluta. Alguns dizem que o P.S. não soube ler a nova situação. Opiniões. Parece-me cedo para fazer juízos definitivos. Nalgumas áreas ( Justiça, Educação, Obras Públicas e Agricultura ) os novos ministros dão sinais que estão a ter em conta a nova situação política.
Parece-me ser o caso no Ministério da Educação. Os mesmos alguns do parágrafo anterior até dizem que a ministra Isabel Alçada estava a deitar para o lixo aspectos essenciais das reformas de Maria de Lurdes Rodrigues. E esfregavam as mãos de satisfação. As oposições no Parlamento queriam voltar à estaca zero, ou seja, suspender tudo. Prevaleceu algum bom senso. Deu-se tempo para o Ministério negociar com os sindicatos.
Eu, como mero cidadão, tive a percepção inicial que a nova ministra iria ceder em pontos essenciais. O que não me agradou. Depois pareceu-me que tal não iria acontecer e que a maioria dos sindicatos davam sinais de querer chegar a um acordo em que as duas partes saissem a ganhar.
Já relativamente à FENPROF a minha percepção era de que os seus dirigentes estavam a ganhar tempo para voltarem ao mesmo (clicar). Parece que não me enganei.
Do lado da FENPROF negociar é a outra parte aceitar todos os seus pontos. Pelo menos assim parece e, feliz ou infelizmente, vivemos de percepções.
Estão estes dirigentes mandatados para continuarem esta política de terra queimada ?
Ainda por cima quando a sua agenda parece estar subordinada à agenda do P.C.P. ( Nota : as virgens ofendidas que não me encham a caixa de comentários ).
Não deverão os professores sindicalizados pedirem contas seus dirigentes ? Quando haverá eleições na FENPROF ?
Curioso é o sindicalismo em Portugal estar reduzido aos professores , à Função Pública e aos magistrados do Ministério Público. E ainda os Senhores Juizes. Estavam a ver se eu me esquecia deles ? Enganaram-se.
Veja-se o caso recente dos hipermercados em que a greve marcada para a véspera de Natal foi desconvocada em menos de um fósforo. Bastou os patrões falarem grosso e suspenderem as reuniões.
Qual o futuro do sindicalismo em Portugal ?
Num momento em que os desempregados são mais de 500.000.
Num momento em que o número de sindicalizados tem vindo a diminuir.
Num tempo em que há cada vez mais pessoas que trabalham como independente ou como prestadores de serviços e como tal os sindicatos não têm capacidade de os enquadrar.
Num tempo em que há quem arrisque, cada vez mais, em constituir micro empresas.
Os sindicatos chegam a cada vez a menos pessoas.
Pena que os seus dirigentes não percebam que a realidade económica já não é a de há 15 anos ( e muito menos a de há 30 anos ) e que não repensem a sua estratégia.

3 comentários:

tiomanuel disse...

Apenas um comentário à frase "Ainda por cima quando a sua agenda parece estar subordinada à agenda do P.C.P."
O "parece" não está a mais?

António P. disse...

Caro tiomanuel,
Por natureza sou cauteloso e não gosto de julgar sem factos concretos que sustentem a minha posição.
O parece-me é a minha percepção. E as percepções não são nem certas nem erradas.
Cumprimentos

Jorge Pinheiro disse...

Vou-me deixar de tretas... mas só hoje! Boas Festas Bom Ano. Abraços e beijos.