" Sou defensor da rotina, nunca fui caçar leões a África, parece-me uma desconsideração para com os leões." LUIS MATEO DÍEZ. Escritor espanhol Membro da Real Academia Espanhola da Lingua
AçoresHá um intenso orgulho Na palavra AçorE em redor das ilhas o mar é maiorComo num convésRespiro amplidãoNo ar rilha a luzDa navegaçãoMas este convés É de terra escura É de lés a lésPrado agriculturaÉ terra lavrada Por navegadoresE os que no mar pescamSão agricultoresPor isso há nos homens Aprumo de proaE não sei que sonhoEm cada pessoaAs casas são brancasEm luz de pintorQuem pintou as barrasAfinou a corAqui o antigoTem o limpo do novoÉ o mar que trazDo largo o renovoE como num convés De intensa limpezaHá no ar um brilhoDe bruma e clarezaÉ convés lavradoEm plena amplidãoÉ o mar que trazAs ilhas na mãoBuscámos no mundoMar e maravilhasDeslumbradamenteSurgiram nove ilhasE foi na TerceiraCom o mar à proaQue nasceu a mãeDo poeta PessoaEm cujo poema Respiro amplidãoE me cerca a luzDa navegaçãoEm cujo poemaComo num convésA limpeza é extremaLuz de lés a lésPoema onde estáA palavra puraDe um povo cindidoPor tanta aventuraPoema onde estáA palavra extremaQue une e reconhecePois só no poemaUm povo amanhece1976Sophia de Mello Breyner Andresen
E o Alentejo é um jardimPlantado de flores vistosas...:))
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2 comentários:
Açores
Há um intenso orgulho
Na palavra Açor
E em redor das ilhas o mar é maior
Como num convés
Respiro amplidão
No ar rilha a luz
Da navegação
Mas este convés
É de terra escura
É de lés a lés
Prado agricultura
É terra lavrada
Por navegadores
E os que no mar pescam
São agricultores
Por isso há nos homens
Aprumo de proa
E não sei que sonho
Em cada pessoa
As casas são brancas
Em luz de pintor
Quem pintou as barras
Afinou a cor
Aqui o antigo
Tem o limpo do novo
É o mar que traz
Do largo o renovo
E como num convés
De intensa limpeza
Há no ar um brilho
De bruma e clareza
É convés lavrado
Em plena amplidão
É o mar que traz
As ilhas na mão
Buscámos no mundo
Mar e maravilhas
Deslumbradamente
Surgiram nove ilhas
E foi na Terceira
Com o mar à proa
Que nasceu a mãe
Do poeta Pessoa
Em cujo poema
Respiro amplidão
E me cerca a luz
Da navegação
Em cujo poema
Como num convés
A limpeza é extrema
Luz de lés a lés
Poema onde está
A palavra pura
De um povo cindido
Por tanta aventura
Poema onde está
A palavra extrema
Que une e reconhece
Pois só no poema
Um povo amanhece
1976
Sophia de Mello Breyner Andresen
E o Alentejo é um jardim
Plantado de flores vistosas
...
:))
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