02/03/10

Use o jornal "i "como papel higiénico

Depois de ler este artigo de Paulo Pinto Mascarenhas no jornal "i" recomendo o seu uso como papel higiénico.

Sou leitor do JUMENTO desde a primeira hora. Não sei quem é, nem quero saber. Mas recomendo que o leiam aqui.
E também o resumo das "reacções ao asco do dia" feito pelo
Eduardo.
O jornalismo em Portugal está a chegar ao nível abaixo de cão.
Depois queixem-se que não vendem.

12 comentários:

Galeota disse...

Fica muito mal na casa de banho. Além disso, a tinta não é de confiança e pode deixar marcas...

mdsol disse...

Náuseas, muitas náuseas é o que esta gente consegue provocar.

Prezado disse...

Pois interessante. chibos à moda antiga. lembro-me do cliché " a história é um pêndulo."

Olha-me esta m.....

Miguel disse...

A delacção é sempre uma prática condenável.
Mas, noutro plano, o anonimato, 36 anos depois do 25 de Abril, é, pelo menos, incompreensível; como incompreensível é, para mim, quem dá audiência a blogs anónimos.
Calma aí: evidentemente, a cobardia de uma atitude não justifica a baixeza da outra.

Miguel Teotónio Pereira

Helena Araújo disse...

Miguel,
para mim, o anonimato é compreensível:
1. De um modo geral, permite ler as ideias sem as arrumar previamente em gavetas dependentes daquilo que pensamos saber sobre as pessoas que as emitem.
2. Protege a esfera privada das pessoas num espaço público muito mais aberto que, por exemplo, o dos jornais (dito por outras palavras: anda por aqui muito maluco, e sabe-se lá de que é que se podem lembrar; é muito mais fácil seguir alguém na internet que nos jornais).
3. Nem sempre se conhece com nitidez a fronteira entre a opinião privada e os interesses da entidade empregadora. Não digo que o blogger revele em público segredos da sua entidade empregadora, ou sequer lhe seja desleal, mas que, ao falar sem recorrer ao anonimato, não se veja nele a opinião de um mero privado, mas a daquela.

Por outro lado, há que analisar caso a caso se existe realmente cobardia e se, a coberto do anonimato, as pessoas cometem irregularidades. Nesse caso, há que agir.
No caso do Jumento, o processo foi arquivado justamente por não haver motivo para o prosseguir.

António P.,
não me parece boa ideia essa que dá. Primeiro: era preciso comprar o jornal - coisa que não tenciono voltar a fazer. Segundo: onde é que já se viu limpar esse tipo de resíduos com algo ainda mais sujo?

Miguel disse...

Helena:
Peço desculpa, mas insisto na minha ideia: o anonimato é, sempre, incompreensível, no caso de estarmos falando de uma sociedade democrática (deixando de lado o ser mais, ou menos, democrática).
As minhas razões: nenhuma leitura é neutra, por ausência de pré-condicionamento. As gavetas são inúmeras. E atribuirmos um rosto (um nome) a uma opinião é dar-lhe credobilidade. De facto, qual a credibilidade de uma opinião, de uma informação, de cara tapada? As opiniões só interessam se forem de "gente"; se forem de "encapuçados", são desnecessárias e inócuas.
A esfera privada deve ser preservada, precisamente, na esfera privada. Num espaço público, quem quer participar deve dar a cara; como deve dar ao assinar um artigo num jornal, usar da palavra numa qualquer assembleia geral - o exercício dos direitos pressupõe responsabilidade.
Não se responde a um anónimo. Responde-se, cara-a-cara, para quem se está a olhar.
Eis como eu vejo a questão: uma opinião anónima está, à partida, desvalorizada, mesmo que o não mereça.
Isto quer dizer que o meu "ponto" não está na zona das possíveis irregularidades, mas na zona da clareza e da responsabilidade.

Miguel Teotónio Pereira

mng disse...

PROTESTO:
porquê abaixo de cão?
Até parece que os cães são maus!

Se eu disse-se... nível abaixo do PS, nível abaixo dos magistrados, nível abaixo dos políticos... aí, aí... ui ui... ó mng não podes dizer essas coisas e blá blá blá!.... agora podem dizer nível abaixo de cão que está tudo bem!

Não vale!!! VIVA OS CÃES!!

Helena Araújo disse...

Bem, Miguel,
(isto sou eu em amena cavaqueira)

pessoalmente, dou tão pouca importância aos nomes, que já me aconteceu ler diariamente o Canhoto, quando surgiu, fazer até um post a recomendar a sua leitura, e só muito depois me aperceber que o Paulo Pedroso que lá escrevia era o "famoso" Paulo Pedroso...
Confesso que gostava mais de ler o Paulo Pedroso quando só lia o que estava escrito no post, sem gaveta nenhuma onde o encaixar.
Talvez eu seja menos sensível ao problema do anonimato porque já não vivo em Portugal há mais de vinte anos. Geralmente não faço a menor ideia de quem está por trás do nome que leio. E saboreio essa ignorância - o que está escrito vale pelo que é, e não por aquela pessoa ser filha de..., ter trabalhado em..., e eu aliás já a conhecer de gingeira por causa de...

Conviria também definir melhor sobre o que estamos a falar. Se eu optar pelo anonimato para fazer posts divertidos sobre a minha vida privada, provavelmente ninguém vai ler aí cobardia.
Se escolho o anonimato para expressar a minha opinião sobre certos assuntos, que é contrária à do meu empregador, parece-me também legítimo.
Já o debate político, e a divulgação de informações confidenciais são aspectos bem mais complicados.

Eu assino com o meu nome. Que diferença faz para o Miguel eu assinar como Helena Araújo ou como Maria Fulana?
Admito que faça uma grande diferença para mim: talvez eu própria corresse o risco de escrever de modo diferente se o fizesse sob anonimato - e aí aproximo-me do seu argumento sobre a necessidade de "dar a cara". Até onde serei capaz de ir se não correr o risco de ser responsabilizada?
Essa parcela de liberdade que a omissão da verdadeira identidade permite: é um enriquecimento ou empobrecimento do debate público? Parece-me que depende do uso que cada um fizer do seu anonimato.

O Miguel pergunta ainda: qual a credibilidade de uma opinião, de uma informação dada de cara tapada?
Para mim, a opinião vale por si, pelo seu próprio conteúdo (mesmo num debate político). A informação, por sua vez, não vale nada enquanto não for confirmada. Uma outra questão é a da necessidade de anonimato para passar ceertas informações - e aí, coloca-se com premência a questão da cobardia e da irregularidade.

Finalmente: não temos de concordar. Mas é um gosto conversar consigo.

António P. disse...

Por partes :
1. Mng : as minhas desculpas ao teu cão. Realmente não valia a pena ofender tão simpáticos mamíferso.

2. Helena : a ideia de usar o "i" copmo papel higiénico terá vários inconvenientes, como refere. Mas se o surripar num café aí de Berlim sempre poupa uns cobres :))

3. Anonimatos e pseidónimos (para o Miguel, que conheço de longa data e para a Helena que não conheço de lado nenhum ) :
- anónimo e psudónimo não são o mesmo;
- pelo que julgo ter percebido Jumento é um pseudónimo de alguém que muitos sabem quem é;
- estou tendencialmente de acordo com a Helena, Caro Miguel Tu sabes quem eu sou mas a maioria não. Se eu assinasse António M. com uma foto de um cão no perfil e estivesse disposto a dizer quem era se mo perguntassem qual o problema ?

mas estamos todos de acordo numa coisa a delacção é nojenta.

beijos e abraços

António Manuel Cardoso das Neves Correia Silva Santos disse...

Nada de especial. Só para aconselhar quem limpar o cu ao i que tenha cuidado com os agrafos.

António S.

Helena Araújo disse...

António, Miguel,
(eu a insistir em cavaquear sobre o tema)
hoje estive a ler o Maradona e o Besugo. Dois anónimos que leio com gosto e sem qualquer desconfiança.
Não sei se o Maradona estaria disponível para dizer tantos palavrões e tanto disparate com graça se se soubesse quem ele é.
Quanto ao Besugo, que é médico, acho muito bem que não revele o seu nome - porque volta e meia escreve textos de uma enorme riqueza sobre o sofrimento humano, mas se se soubesse quem ele é sabia-se facilmente a que doente ele se refere - o que feria as suas obrigações deontológicas.

Uma outra questão é quando a coberto do anonimato se fazem joguinhos políticos e de interesses. Aí, não é uma questão de liberdade de expressão, mas de cobardia - como diz o Miguel.

Sobre o caso do Jumento, que só muito raramente leio, não estou em condições de dizer seja o que for. Excepto - e já é muito - que a própria Polícia entendeu que não havia motivos para investigar.

Al Kantara disse...

António, nem um vil cu anónimo como o meu merece o suplício de tal papel...