01/09/10

Maputo não é Atenas

Se fosse, muitos estariam ufanos a falar da revolução socialista, que estaria ali ao virar da esquina. Não seriam motins mas revoltas populares justificadas contra as medidas anti-populares do governo capitalista. Os bancos atenienses não seriam propriedade privada e os polícias seriam energumenos ao serviço do capital. As vítimas seriam heróis. As manifestações seriam legais. E em Lisboa iriam para a frente da embaixada da Grécia.
Mas Maputo é banhada pelo Índico e habitada por escarumbagem malfeitora que destrói propriedade privada e que se manifesta sem autorização. A polícia parece que é perseguida pela população e não está de modas mata crianças. A ver vamos se há inquéritos à actuação policial. Os orgãos de informação, em Portugal, divulgam as posições do governo de Moçambique. Ouvem portugueses que se mostram surpreendidos com a escalada dos acontecimentos. Surpresa seria se vivessem com 55 euros por mês e apanhassem com aumentos de 25% em bens essenciais e não protestassem.
Os blogues de esquerda (??) portugueses,  que leio, estão silenciosos ou tentam dar uma no cravo e outra na ferradura.

2 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

O problema nem é só esse. Sempre q estão em causa ex-colónias Oo silêncio ou deficiente informação é apanágio de todos.

Galeota disse...

Sobre os problemas internos, nas ex-colónias devemos ser muito sensatos, pois somos naturalmente os parceiros privilegiados.Nunca devemos quebrar as pontes para o diálogo.
"...O caminho rumo a uma autêntica comunidade internacional, que assumiu uma precisa direcção com a instituição da Organização das Nações Unidas em 1945, é acompanhado pela Igreja: tal organização contribuiu notavelmente para promover o respeito da dignidade humana , a liberdade dos povos e a exigência do desenvolvimento, preparando o terreno cultural e institucional sobre o qual construir a paz. A doutrina social , em abstracto, considera positivo o papel das organizações intergovernamentais, em particular daquelas operantes em sectores específicos, ainda que experimentando reservas quando estas enfrentam os problemas de modo incorrecto. O magistério recomenda que a acção dos organismos internacionais responda às necessidades humanas na vida social e nos âmbitos relevantes para a pacífica e ordenada convivência das nações e povos."...

in Compêndio da Doutrina Social da Igreja.