25/01/11

Presidenciais. Rescaldos ( II ) : um pedido presidencial e já agora um meu

Na noite da glória, dia 23 de Janeiro, um domingo frio o Presidente reeleito, Aníbal Cavaco Silva, fez um discurso aos apoiantes que se deslocaram ao C.C.B.
E no discurso fez um pedido à comunicação social : " que diga quem está por trás da campanha de calúnias contra mim." (cito de memória)
Eu nunca esperaria que um Presidente fizesse qualquer pedido à comunicação social, muito menos num discurso de vitória,  mas a faze-lo sempre pensei que fosse o de que a mesma deveria fazer o seu trabalho e que ele ( Presidente ) estaria à sua disposição para responder a todas as perguntas que tinham para fazer sobre como comprou e vendeu acções da SLN, como permutou terrenos, se pagou Sisa ou não, etc.
Mas não. Fez um apelo ao que noutros tempos se chamava bufaria, ou seja que a comunicação social revele as suas fontes de informação.
Eu, como simples cidadão, acrescentaria um pedido à dita comunicação social. Continue o seu trabalho. Coloque as questões que tem a colocar a Cavaco Silva. Ou seja que faça um verdadeiro jornalismo de investigação.
Bem sei que estou a pedir uma impossibilidade, já que não andando os referidos casos pela justiça os jornalistas não receberão informações de magistrados do Ministério Público, de advogados, de juízes ou de polícias, as grandes fontes do dito jornalismo de investigação "à portuguesa", para não dizer as únicas.
O jornalismo de investigação sai caro, e não estou a ver o Eng. Belmiro de Azevedo aumentar os prejuízos do já falido "Público" ou o Dr. Pinto Balsemão desvalorizar as acções da Impresa. Curiosamente os dois foram membros da Comissão de Honra da candidatura de Aníbal Cavaco Silva. Estão no seu direito.
Pode ser que me engane, mas não foi o Wikileaks que revelou que os diplomatas americanos diziam que a imprensa portuguesa era muito suave ?
Uns exagerados estes americanos.

2 comentários:

Galeota disse...

Precisamos de palavras de apaziguamento e de unidade para vencer a crise.

Helena Araújo disse...

Grande António P.!

Galeota, se apaziguamento e unidade não for sinónimo de varrer para debaixo do tapete, tudo bem. Mas o que me parece é que a crise económica e financeira começa a ser o menor problema dos portugueses.
O discurso presidencial de vitória é assustador - não pelo que ele pode fazer a certos jornalistas, mas pelo que pode fazer à Democracia.