palavra que está na moda.
Muitos ( ex-presidentes e actual , ex-ministros e não só, fazedores de opinião encartados, empresários, banqueiros, etc ) apelam à necessidade de entendimento entre os partidos que aspiram a governar por meio de votos. Sim , porque há outros que também aspiram, em teoria, a governar mas que não através dos votos.
Mas entendimentos significam o fim do debate, da diferença, do confronto de projectos ?
Se sim, então estamos mal.
As eleições servem exactamente para que o confronto de ideias e projectos possa ajudar os eleitores a escolher em consciência.
Quanto mais claras forem as propostas mais fácil será chegar a entendimentos posteriormente. Porque poderão ser construidos na base do que é comum entre projectos e apresentar ao Parlamento, entretanto eleito, um programa possivel de executar mobilizando-nos em torno do essencial.
Pensar que entendimentos antes das eleições ajudam os eleitores a escolher e que reduz a abstenção, penso que é um engano.
Uma das qualidades da democracia é sabermos viver com o contraditório, acabar com ele a favor de um pretenso entendimento unanimista e não validado pelos eleitores é uma fraude.
Basta ver os exemplos pela Europa fora. Em muitos dos países não conheço, em detalhe, a situação para me poder pronunciar, mas lembro-me do que se passou o ano passado em Inglaterra.
Os três principais partidos ( Trabalhistas, Liberais e Conservadores ) foram a eleições. Que foram duras. Durante as quais cada um apresentou o seu programa. Os Liberais ficaram abaixo das previsões mas conseguiram um bom resultado. Nenhum teve maioria absoluta. Os Liberais escolheram aliar-se aos Conservadores. Disseram ao que iam e os Conservadores fizeram o mesmo. Reuniram. Puseram-se de acordo. Apresentaram-no na Câmara do Comuns. Foi aprovado. Estão a governar.
E cá para mim ( mas quem sou eu ? ) espero que nas próximas eleições o debate de ideias seja duro e clarificador e que o mesmo não impeça entendimentos posteriores.
Claro que para muitos isso é difícil, já que passaram os últimos 6 anos entretidos com ataques pessoais ao actual 1º ministro que espero bem não caia na armadilha e que saiba, caso vença, promover os entendimentos necessários para que possamos corrigir a actual situação de forma a que os os cidadãos possam participar na vida política de uma forma diferente e mobilizadora.
2 comentários:
Entendimento: Decisão colectiva, acordo, ajuste. Não será difícil alcançarmos uma redacção consensual.
Gosto particularmente da frase "Uma das qualidades da democracia é sabermos viver com o [C]contraditório"
cheers,
l.
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