Estivesse eu ainda no mundo da consultoria e guardaria um DVD do debate de ontem na TVI, entre José Sócrates e Paulo Portas, para mostrar aos meus formandos * como "the body is the message."
Durante todo o debate Paulo Portas nunca olhou José Sócrates olhos nos olhos quando este o confrontava frontalmente procurando o contacto visual.
Terá sido uma opção deliberada de Paulo Portas ? Se foi, revela que Paulo Portas preparou profissionalmente o debate ( só lhe fica bem ) mas fez uma má escolha :
1º - porque não conseguiu enervar o adversário, que manteve sempre o mesmo registo apresentando os seus argumentos ;
2º - porque deu um sinal de desrespeito e de falta de confiança nele próprio ;
ou seja não conseguiu o eventual objectivo ( qual ? ) pretendido.
Se não foi uma opção deliberada então diria que o caso fia mais fino. Revela que, das duas uma :
1ª - ou tem medo do adversário e sabe que olhos nos olhos este o dominará / controlará ;
2ª - ou tem um fascínio pelo adversário sabendo que este lhe é superior e que gostaria de ser como ele ;
e que os espectadores se aperceberiam desses sentimentos caso olhasse José Sócrates olhos nos olhos.
Revi o debate ao fim da noite e penso que Paulo Portas o fez deliberadamente já que recorreu a pequenas técnicas, como a de olhar para o bloco de notas que trazia consigo ou de baixar as sobrancelhas conscientemente, que constam dos manuais.
Isso não invalida que o fascínio e/ou medo por José Sócrates não fosse revelado a quem assistiu ao debate.
Mais uma vez não deixa de ser curioso que o personagem que alguns dizem estar encurralado, José Sócrates, não dê essa imagem.
* não gosto da expressão formando que uso como tradução de trainee, mas se dissesse " os meus treinados " , alguém perceberia ?
1 comentário:
eu bem que me lembrei com saudade de defensor de moura
quando objectou a kavacu, olho no olho,
que ele nem olhava de frente os seus interlocutores....
estes gajus, e como eles são igualitos, marram a por tras, encobertos, protegidos...
abraço
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