26/07/11

Condições subjectivas

parece que as há todas para que o actual governo aplique as medidas acordadas com a troika e vá mais além.
Nas eleições de 5 de Junho cerca de 78% dos eleitores votaram nos 3 partidos que assinaram o memorandum. A saber : PS, PSD e CDS/PP.
O actual governo ( PSD + CDS/PP) está a dar claras indicações que quer ir mais além.
 Dois exemplos que afectam o dia a dia dos cidadãos : o assalto ao 13º mês vulgo sobretaxa de 3,5% e agora os 15% , em média, de aumento dos transportes públicos.
 E dois exemplos que não afectarão os cidadãos mas dão a dimensão do além a que o governo quer chegar : a entrega de borla das golden share e as nomeações para a administração da CGD.
À votação de 5 de Junho e à legitimidade dada ao actual governo acresce estarmos em férias de Verão, com excepção dos fazedores de opinião encartados e jornalistas que continuam a vender vaselina mesmo na praia, o PS em fase de acertos e a preparar o Congreeso, o BE em coma profundo e o PCP activo como sempre.
Ou seja : legitimidade + praia + vaselina vendida pela imprensa + oposições em reflexão = aperta que o mexilhão não dá por nada.
Dar dá, mas...
Aqui, entra o balanço das "lutas" dos últimos 6 anos conduzidas pelos sindicatos, PCP, BE e deolindos à rasca.
E o balanço não é famoso. Levaram as pessoas à exaustão, entretendo-as com questões secundárias, alinhando no jogo da direita em diabolizar um homem ( a saber José Sócrates ) como se todo o mal fosse da sua responsabilidade, esgotando as greves ( sectoriais e gerais ) e como tal banalizando-as, reduzindo a luta política ao jogo da verdade e da mentira, fazendo esperas ao ex-1º ministro à porta de sedes partidárias, atirando ovos a ministros, convocando por sms festarolas de rua, fazendo manifestações cada vez maiores (??) que as anteriores sem quaisquer resultados, aliando-se à direita para derrubar o governo sem terem qualquer alternativa....you mention it, como diriam os meus amigos ingleses.
E agora ? Mais do mesmo ?
Vai ser difícil. Os cidadãos estão cansados. Duplamente. Da política de que são sempre os mesmos a apertar o cinto, mas também de formas de "luta" e protesto esterotipadas e inconsequentes, desencadeadas por sindicatos que na prática são de funcionários públicos e que como tal não representam a maioria dos trabalhadores que no dia a dia têm problemas muito distintos dos funcionários públicos, para já não falar dos desempregados que não têm representantes nessas "lutas".
Pedem, esses sectores, ao PS que reflicta e faça o balanço destes últimos 6 anos. Estou de acordo e espero bem que o Partido Socialista o consiga fazer, apesar das dificuldades, de uma forma rápida e mobilizadora dos seus simpatizantes e eleitores.
Agora que a esquerda da esquerda ( seja lá o que isso for ) e os sindicatos estão obrigados a fazer o mesmo, lá isso estão. Pena não ver sinais ( reflexão e acções ) que queiram sair do marasmo e do estereótipo.
Aguardemos.

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