É ao que está reduzida a discussão política em Portugal.
São os biliões que se devem. São as centenas de milhar de desempregados. É a taxa de IVA que deve ser 23% e não 6% para certos produtos e serviços. São os milhares que se manifestam nas ruas. São os cortes que se tem que fazer para atingir as metas orçamentais. E por aí fora, podia continuar, mas não vos quero cansar.
Os políticos todos ( ou quase ) atiram números uns aos outros e os cidadãos cansados esperam que algum desses políticos, no meio de tantos números, se lembre de falar de e para as pessoas, daquelas normais, de carne e osso, que se levantam todas as manhãs para levar os filhos à escola antes de irem para o emprego ( se ainda o tiverem), que choram a morte de amigos e familiares , que vão ao futebol gritar pelo seu clube.
Os políticos têm que conhecer os números, mas eles são apenas uma ferramenta para definir programas políticos que existem para as pessoas e governar sem ter em conta as pessoas é meio caminho para o desastre.
Termino com duas notas :
1ª - Uma história profissional : quando jovem engenheiro e no 1º dia de trabalho numa central térmica da EDP o Chefe de Departamento de Conservação teve uma conversa comigo e disse-me : " Engenheiro Monteiro Pais, lembre-se que máquinas são máquinas, se uma se avaria substitui-se o rolamento ou o parafuso e ela fica a funcionar. É fácil. O mais difícil é gerir e comandar pessoas. Elas são todas diferentes e não são máquinas. Há que saber motivá-las. E você está cá para isso." Nunca mais me esqueci deste conselho.
2ª - E uma música :
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1 comentário:
Há que pagar a prestação da dívida no fim do mês. Isso é ter em conta a próxima refeição das tais pessoas.
Ortega
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