A Académica alinhou : Maló; Celestino, Rui Rodrigues, Vieira Nunes e Marques; Toni e Rocha; Crispim, Ernesto, Artur Jorge e Vítor Campos.
O treinador era o Mário Wilson.
Final disputada no Jamor. Contra um grande Vitória de Setúbal, treinado por Fernando Vaz e que jogava a sua 3ª final consecutiva. Alinhou com : Vital; Conceição, Leiria, Herculano e Carriço; Tomé e Vítor Baptista; Guerreiro, José Maria, Pedras e Jacinto João.
Esta vi ao vivo. Com o meu Pai, o tio Xico, os meus irmãos Zé Luís e Pedro e o "tio" João (cunhado do meu tio). Foi um dos mais belos jogos de futebol a que assisti.
O Estádio do Jamor ainda não tinha iluminação e o jogo terminou já o sol se punha. O regulamento desse ano era que a final ficaria resolvida nesse dia, nem penalties nem finalíssima, ou seja se o jogo terminasse empatado ao fim dos 90m, haveria prolongamento de 30m e caso o jogo continuasse empatado, novo prolongamento que terminaria com o que mais tarde (e por pouco tempo) seria o chamado "golo de ouro".
O jogo terminou aos 144 minutos ( 90m de jogo + 30m de 1º prolongamento + 24 m) com um golo do Jacinto João a fazer o 3-2 para o Vitória.
Os outros foram de : 0-1, por Celestino (4m); 1-1, por José Maria (13m); 2-1, por Guerreiro (97m); 2-2, por Ernesto (117m).
Duas grandes equipas, como provavelmente nenhum dos clubes repetiu. Basta olhar para os nomes e verificar os que mais tarde foram para o Benfica (Rui Rodrigues, Toni, Artur Jorge e Vitor Baptista) e para o Sporting (Celestino, Ernesto, Guerreiro, Pedras e Tomé) e o Vieira Nunes para o F.C. Porto, se a memória não me falha. O caso do Pedras é curioso já que tinha, antes de ir para o Setúbal, jogado de 1962 a 1966 no Benfica onde foi campeão 3 vezes.
Mas 1966 juntou, sob o comando de Mário Wilson, uma mistura de jogadores mais velhos com outros mais novos que nunca mais se repetiu. Aos finalistas ainda há que juntar : Curado, Gervásio, Bernardo, Brasfemes, Castro, Mário Campos e Serafim.
No Campeonato Nacional ficou em 2º lugar, a 3 pontos do Benfica.
Para mim foi um fartazar de jogos ao vivo. Na região de Lisboa não perdi um : contra o Atlético, na Tapadinha, onde ainda vi o Matateu jogar, vitória por 2-0; contra o Benfica, na Luz, derrota por 2-1 ; contra o Belenenses, no Restelo, vitória por 1-0; contra a CUF, no Lavradio, vitória por 2-0; contra o Vitória de Setúbal, no Bonfim, vitória por 1-0; e na útima jornada, no José de Alvalade, empate 0-0 contra o Sporting.
E claro, à 19ª jornada, fui a Coimbra, ao velho Estádio do Calhabé, ver o jogo do título contra o Benfica, que ganhou por 1-0 com um golo "sem querer" do Nelson.
Boas recordações, para quem tinha 14 anos e ficou, para sempre, deslumbrado com uma equipa como houve poucas. É que juntar um guarda redes como o Maló, uma dupla de centrais como o Rui Rodrigues e o Vieira Nunes e dois pontas de lança que se complementavam como o Artur Jorge e o Ernesto, não é fácil. Se a estes juntarmos o mágico Augusto Rocha, com a força do então jovem Toni e a versatilidade do Vítor Campos, perceberão o que eu digo. Não esquecendo os livres do Celestino, mais o rápido Crispim e o "sarrafeiro" do Marques.
Obrigado.
Foto digitalizada a partir do livro "A Académica", editado pela ASA em 1995, por iniciativa da A.A.C. e da Casa da Académica em Lisboa. Texto elaborado com dados retirados do mesmo.
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