12/09/12

Um cobarde na Presidência da República

Consta que depois das últimas decisões do governo (??) vai haver uma romaria ao Palácio de Belém.
Em lista de espera já estão: António José Seguro, a UGT, as confederações patronais.
Mas tirem o cavalo da chuva aqueles que esperam que o inquilino do Palácio vai dizer e/ou fazer alguma coisa.
Aníbal Cavaco Silva, conspirou para derrubar o anterior governo da maneira mas cobarde que há memória. 
Disse que não deixaria passar mais sacrifícios para os cidadãos ( era o tempo dos PEC's).
Apelou a manifestações de rua dos jovens descontentes contra o governo anterior.
Criou falsos casos de espionagem, para comprometer o anterior governo.
Disse, já com o novo governo (??) em funções, que José Sócrates tinha quebrado a solidariedade institucional ao não o ter informado do acordo com Bruxelas a propósito do PEC IV (na prática a causa próxima para a queda do anterior governo).
Depois deu posse a um governo dos amigos e desde então anda sorridente, excepto quando lhe foram à reforma, e até já deixou passar medidas de austeridade mais gravosas do que as anteriores. Também disse que este governo (??) estava a ser um bom aluno e até previu crescimento económico para o 2º semestre de 2012 (onde é que está, Sr. Professor?).
Por isso não é de estranhar os apupos de rua que já ouviu e a queda, nas sondagens, da sua popularidade para níveis nunca vistos por anteriores Presidentes. O pessoal é burro, mas não é assim tão, tão burro como alguns pensam.
Deixou (ou quis?) hipotecar a independência que um Presidente da República deve ter face aos vários actores políticos e hoje tem a sua credibilidade pelas ruas da amargura.
Esqueceu-se do ensinamento que, conta a lenda, Winston Churchill terá dado a um jovem deputado conservador, que no primeiro dia no Parlamento inglês, terá perguntado a Churchill:
"Então ali à frente é onde se sentam os nosso inimigos?" (convém recordar que a "House of Commons" não é um hemiciclo como os outros parlamentos, os ingleses lá terão as suas (boas) razões).
Ao que Churchill terá respondido:
"Não, meu filho, ali à frente sentam-se os nosso adversários, os nossos inimigos sentam-se deste lado."
Aníbal Cavaco Silva não conhecerá esta história e hoje, na sua cobardia, está atado de pés e mãos aos amigos, que afinal são os inimigos.
Porque das duas três, como diria o outro:
- ou o governo (??)  deu conhecimento antecipado, ao Presidente, das medidas agora anunciadas e quem cala consente;
- ou o governo não o fez e então a solidariedade institucional foi quebrada...mas um cobarde não demite governos da amigos (ou serão inimigos?)

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