Partamos do princípio que Madame Lagarde é a adulta

presente na tal reunião do Eurogrupo em que deu a entender que Varoufakis seria uma criançola.

A afirmação já de si revela todo um programa, o da Grécia ser a criança traquinas que tem de ser punida.

Porquê?

Porque é traquinas.

Parece o outro que quando a mulher chegava a casa dava-lhe, logo, um enxerto de porrada. E à pergunta do amigo: "Porque lhe bateste?", respondia: "Não sei, mas ela há-de saber."

Bem, mas voltemos à adulta Madame Lagarde e à criança Varoufakis.

Sempre pensei que quem chega a uma tão alto cargo (patroa do FMI) soubesse algumas regras básicas de negociação (nomeadamente quando a outra parte lhe deve dinheiro) tais como os "famosos" três possíveis resultados de uma confrontação, a saber:

- ganho eu, perdes tu;

- ganhamos os dois;

- perdemos os dois.

Dizem os conhecedores que o melhor resultado é: ganharmos os dois.

Mas a Madame (e sus muchachos) escolheram desde o início o:

 - ganho eu (FMI e Eurogrupo)/perdes tu (Grécia).

Mas, como é ignorante, não percebe que vão perder os dois, ou seja todos nós.

Não sei se Madame Lagarde é mãe, coisa que seria irrelevante para o caso, não fosse ela ter-se posto em tal posição ao chamar criança a Varoufakis e até neste caso provou que não será (seria?) boa mãe, porque qualquer mãe procura que o filho não saia a perder.