06/07/15

Demissões gregas: Varoufakis e Samaras

Hoje é a demissão de Varoufakis que enche as primeiras páginas de todos os jornais europeus.
Por cá a direita exulta e na ausência de pensamento próprio deixa aos "ex-marxistas-leninistas" de serviço, José Manuel Fernandes e Helena Matos, "defenderem" a honra do convento. 
Pobre defesa.
Mas poucos falam da demissão de Antonis Samaras, que aconteceu ainda ontem à noite.
Quem governou a Grécia nas últimas décadas foi o PASOK e a Nova Democracia.
O PASOK já foi penalizado e hoje representará 5 a 7% do eleitorado.
A Nova Democracia, de Antonis Samaras, nas eleições de 25 de Janeiro de 2015 ainda obteve 27,8% de votos. Hoje as sondagens dão-lhe cerca de 15%. E só passaram 6 meses sobre as últimas eleições legislativas
Ou seja a crise grega está a "varrer" do sistema político os partidos que governaram a Grécia nos últimos 40 anos.
O referendo de ontem mostra que, eventualmente, o eleitorado começa a perceber quem foram os verdadeiros responsáveis pela crise e não está disposto a acreditar nas histórias da carochinha que os idiotas úteis continuam a contar.
Curiosamente o actual governo grego sai reforçado e legitimado.
O que deveria levar outros a pensar bastante antes de falarem.
 Refiro-me a Hollande, que se as presidenciais fossem hoje possivelmente nem passaria à 2ª volta, a Rajoy que nas sondagens de ontem do El País tem 23% de intenção de voto e ainda a Pedro e Paulo que andam pelos 35% de intenção de voto.
Isto para já não falar no que se passou nas eleições dinamarquesas de 18 de Junho de 2015  (ausentes dos noticiários em Portugal) onde o Partido Popular Dinamarquês (direita xenófoba) foi o 2º partido mais votado, curiosamente à frente do Partido Liberal (direita tradicional) que no entanto indicou o 1º ministro.
Last but not least: e alguém, na famosa Europa, está preocupado com a construção de mais um muro?
Mas a direita portuguesa anda toda contente.
Alguém me pode explicar porquê?

Sem comentários: