16/08/15

Só quando chega a nossa vez é que protestamos

Quando toca aos outros pouco nos importamos.
Quando se tratou de cortar salários e pensões, os direitolas apoiaram com ar assanhado..
 Era necessário punir a cabeleireira que, há 20 anos, foi passar a lua de mel a Cancum, ou o reformado que até tinha um Peugeot 307. Viviam acima das suas possibilidades, diziam os direitolas e aplaudiram o governo (?).
Quando se tratou de aumentar impostos, já miaram um bocado, mas disfarçaram.
Quando lhes chegaram ao bolso é que é pior. Agora é ver:
- o jornalista candidato a cómico João Miguel Tavares protestar, coitadinho!
- e o jornal oficial da direita radical  vir falar em "ditadura fiscal", coitadinhos!
E depois ainda são capazes de nos encher os ouvidos com as vantagens do liberalismo, de que este governo (?) será um representante.
Pobre liberalismo, para estes direitolas o liberalismo resume-se a apoiar as privatização de tudo o que é Estado (saúde, educação, justiça, e até chegará a vez das Forças Armadas, é só dar tempo ao tempo), privatizações que curiosamente são feitas com dinheiro dos contribuintes (ver o que se está a passar no ensino) e calar tudo o que diz respeito aos direito e liberdades dos cidadãos.
Ainda sou do tempo em que muitos deles urravam contra o Cartão do Cidadão (criado pelos malditos socialistas) ou contra a ASAE (agora uma unidade modelo, na perspectiva dos ditos direitolas).
Para mim o que me faz impressão não é haver quem defenda posições diferentes das minhas, mas o facto de estes cavalheiros serem especialistas no duplo critério, o que os anglo-saxões chamam  "double standard".
Eu diria que intelectualmente, são desonestos.


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