09/09/15

A Uber está a matar o taxista que há em cada um de nós

Já dizia o outro (ou será a sabedoria popular?): "De taxista e de louco, todos temos um pouco". Pois, estou a inventar. Estarei? Mas não haverá um taxista desconhecido dentro de cada um de nós? Basta assistir às opiniões e/ou discussões de café (dirão vocês: às opiniões dos taxistas). Se os supermercados estão abertos ao fim de semana, é injusto para o comércio local. Porcos capitalistas. Se a ASAE faz com que se cumpra a lei, é para acabar com as Bolas de Berlim na praia (um mito urbano) e o pequeno comércio. Se passamos à corrupção o que distingue a maioria dos comentadores de um motorista de táxi? Mas com a UBER tudo fia mais fino, quase todos acham muito bem, mesmo que a concorrência seja desleal (ou ainda não esteja regulamentada), e que ponha em causa um negócio tradicional, até se dão conselhos aos taxistas sobre higiene pessoal, o que até acho bem, mas fosse a ASAE a exigi-lo (como fez nos restaurantes) e já somos contra. Não será Portugal um enorme táxi, onde todos querem ser motoristas? 
Façamos um teste, da próxima vez que estiver a ver um programa televisivo de debate e/ou comentário político e/ou desportivo:
- vire o ecrã para a parede;
- coloque uma cadeira ao lado do aparelho e 3 cadeiras atrás do aparelho;
- sente-se e à sua família nas cadeiras;
- e ouça, ouça só.
O que distinguirá um Camilo Lourenço, um José Gomes Ferreira, um João César das Neves, uma Filomena Mónica, um Medina Carreira, um Manuel Serrão, um Bruno de Carvalho, um Jorge Jesus, um Marinho Pinto, um Rui Gomes da Silva, um Eduardo Barroso um José Lello, um Alberto João Jardim, um Paulo Portas, uma Joana Amaral Dias, um Marques Mendes e por aí fora, de um mero taxista? Para já não falar daqueles comentadores (??!!) que vão aos programas da manhã e da tarde mandar bocas sobre tudo e nada. Pouco direi eu.
Eu até sugiro à UBER que crie um novo serviço: o de comentadores televisivos. 
Que funcionaria mais ou menos assim: o pessoal (incluindo os taxistas) inscrevia-se na aplicação, indicando a área para a qual tem mais vocação (desporto, política, cultura, etc) e os directores das cadeias de televisão na véspera do programa ir para o ar contratavam o que estivesse disponível e fizesse o melhor preço.
Afinal o que é que eu sou menos que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa?

Estou certo que seria um sucesso (vou já registar a ideia!).

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