08/10/15

José Rodrigues dos Santos já devia estar despedido

O que José Rodrigues dos Santos fez ao minuto 43:45 do telejornal de ontem recorda-me uma cena que vi num canal norte-americano aquando da minha primeira deslocação profissional aos EUA em Janeiro de 1988.
Cheguei a JFK, Nova Iorque, com destino a Charleston (Carolina do Sul), com um nevão. O vôo para Charleston saía de La Guardia e por causa do nevão foi acumulando atrasos. Lá cheguei a Charleston de madrugada, mas sem sono. No hotel, apesar da hora tardia, liguei a televisão e o fascínio de ter dezenas de canais à disposição (na altura, em Portugal, só havia a RTP 1 e 2) fez com que me entretivesse em zappings. 
A certa altura fixei-me num canal onde o pivot entrevistava uma "famosa" sem abrigo de Nova Iorque. De imediato, e sem conhecer os personagens, reparei que o tom do entrevistador era tudo menos amigável  roçando a má educação e o insulto. Lá fui dormir. 
De manhã a entrevista era tema de conversa dos meus colegas americanos, que acabava de conhecer, e não só. Durante a entrevista e posteriormente tinham chovido telefonemas (ainda nem internet havia, quanto mais redes sociais) de espectadores indignados com a atitude do entrevistador. 
O resultado: a administração do canal despediu o jornalista.
Por cá já existem umas desculpas esfarrapadas do Sr. Rodrigues dos Santos e um comunicado da Direcção de Informação da RTP que roça a indigência.
O insulto de José Rodrigues dos Santos não foi só ao Professor Quintanilha, foi também a um órgão de soberania, a Assembleia da República, e a todos os tele-espectadores.
Fico à espera que a acção da Administração da RTP não se limite a mais um comunicado pífio.

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