12/04/07

Confesso : sou um falso engenheiro !

O caso das habilitações académicas do 1º ministro José Sócrates alertou-me para a necessidade, agora que penso dedicar-me à vida política, de verificar se tinha o meu passado em condições de o fazer!
Comecei pelas habilitações literárias. E não é que já estou lixado ! Afinal não sou engenheiro e vou prová-lo :

1º - A discussão do projecto da minha última cadeira ( Construções Mecânicas II ) foi feita, com o assistente ( já não me lembro do nome ) na pastelaria "Mexicana" ( à Praça de Londres ) num sábado dia 6 de Maio de 1978.

2º - A chamada certidão de curso foi emitida pela secretaria do IST a 22 de Novembro de 1978 ( 4ª feira ) que me foi entregue a 3 de Dezembro do mesmo ano. É um documento manuscrito assinado pelo Chefe de Secção da Secretaria do IST conforme última folha :

3º - Não me inscrevi na Ordem dos Engenheiros.

4º - Fui contratado , como engenheiro, por uma empresa pública portuguesa, em Março de 1979 contra apresentação deste documento.

5º- Posteriormente trabalhei , como engenheiro, em várias empresas nacionais e estrangeiras apresentando sempre só esse certificado, caso o pedissem.

6º - Aí há cerca de 6 anos estando ali pela Av. Rovisco Pais ( onde ainda está o IST ) resolvi ir à secretaria levantar o famoso canudo ( que já estava requisitado e pago desde 1978 ) e então não é que dizem que eu acabei o curso a 16 de Junho de 1978 :

mas quando leio o que está escrito nas costas do dito só estou registado a 6 de Dezembro de 1979 na folha 14 do livro nº 9 ( seja lá isso o que for e esteja onde estiver ) :

Aproveito pois para:

- pedir desculpa a todos os meus ex-empregadores;

- dar autorização ao PGR para me investigar ( e já agora ao IST ) ;

- infomar todos os meus leitores que afinal não me vou candidatar a nenhum cargo político.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bem, eu também já não sou criança e no meu tempo do IST aconteceu o seguinte em várias cadeiras: houve trabalhos feitos em grupo cuja discussão, por dificuldades várias, acabou por não se fazer.

Resultado: toda a gente de cada grupo teve a mesma nota, independentemente do seu grau de participação nesses trabalhos ou mesmo de ter apenas assinado.

Outra de que me lembro: tive Guterres como assistente. Em certa cadeira, o meu trabalho (esse, por acaso, individual) teve a nota dada telefonicamente e decidida na altura pelo actual comissário dos refugiados.

E por aqui me fico, mas houve muitas do género.

José Manuel Dias disse...

...uma forma divertida de dizer uma coisa muito séria! Parabéns! Nada acontece por acaso...neste dito "caso" das habilitações do PM.
Cumps

Quintanilha disse...

Se o Público e o Expresso sabem, nunca mais se governa em Portugal!