09/01/10

Elogio do chamado trabalho sujo

Há tarefas difíceis. Em todas as actividades /profissões. Normalmente são aquelas que ninguém quer fazer. Adiamo-las na esperança que o tempo as resolva. Puro engano. Elas continuarão lá. Por resolver. Quando alguém decide "atacá-las" está frito. Passa a mau da fita. Muitos chamam-lhe trabalho sujo.
A anterior Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, fez muito pela escola pública. Mas para muitos será recordada como a ministra má que não cedeu aos sindicatos. Sindicatos que conseguiram o impensável, descer a Avenida da Liberdade sob os aplausos embevecidos de Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa, Paulo Portas e já não sei quem do PSD ( a culpa não é minha, é que estão sempre a mudar de chefe e já não me lembro quem o era à data). Mas tanta contestação não fez com que o P.S. perdesse as legislativas de 2009. Ganhou-as. 100.000 manifestantes é muita gente mas os eleitores são muito mais.
Agora a nova Ministra, Isabel Alçada, assinou um acordo com os principais sindicatos em apenas dois meses de governação. Alguns, nos quais me incluo, receiam que a Ministra tenha cedido em demasia. Pelo que diz a Sofia (clicar) "o acordo não foi um recuo assim tão grande". Acredito e vou esperar para ver.
Parabéns à Ministra e aos sindicatos.
Mas acima de tudo parabéns a Maria de Lurdes Rodrigues que persisitiu quatro anos, debaixo de fogo e de insultos, deixando o terreno preparado para quem viesse a seguir. Fez o chamado trabalho sujo. Confrontou os sindicatos, que estão instalados na 5 de Outubro desde sempre e que querem opinar sobre tudo e nada. Com propostas. Com rigor. Com tenacidade. Estes ao personalizarem a luta contra a mentirosa, a vaca, etc ( ainda se lembram dos insultos ? ) ficaram sem argumentos quando pela frente passaram a ter outra personalidade que também sabia ao que ia.
Agora todos ao trabalho que há muito a fazer nas escolas.

5 comentários:

Anónimo disse...

A Primeira proposta de avaliação era inexequível e a partir daí a "conversa" descambou... Os problemas de linguagem são problemas políticos.É verdade que há muito a fazer nas escolas,mas a grande maioria dos professores são profissionais competentes e dedicados.Também não nos podemos esquecer, que há pais com falta de competências parentais.

Galeota

sara disse...

a anterior ministra tinha dois secretarios de estado que a sabotavam mais que os sindicatos ou não?... afrontando alguem negoceia coisa alguma?

Anónimo disse...

Alguem me pode explicar como é possivel q. num País onde só proliferam professores: excelentes, muito bons e bons, o ensino esteja tão MAU?

Anónimo disse...

Ou será q. não está tão mal como o pintam?

Lurdes Silva disse...

Existem bons e maus profissionais em todas as profissões. No entanto, na minha opinião, os professores (com mais anos de carreira) sempre se acharam "seres superiores", senão mesmo intocáveis. Por terem feito o que queriam durante anos a fio é que foi tão dificil negociar com eles. Senão houvesse tanta diferença entre as profissões, não havia tanta desigualdade social e todos teriamos direitos às mesmas coisas. Tal como diz a Constituição da República Portuguesa!